A General Motors (GM) demitirá 517 funcionários que estavam desde agosto de 2015 com o contrato de trabalho suspenso (lay-off), segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Os trabalhadores foram informados da demissão por telegrama enviado pela montadora na sexta-feira (29), ainda de acordo com o sindicato.
Antônio Ferreira de Barros, presidente do sindicato, manifestou-se contrariamente às demissões e disse que um número maior de pessoas deveria retornar à fábrica nesta segunda (1º), quando vence o prazo do acordo que estabeleceu o lay-off.
Ainda, segundo o sindicato, a GM afirmou que 45 voltariam às atividades. Outros 68 continuariam em “processo de análise”. Somados, seriam 630 funcionários em lay-off mas, em agosto, eles eram 798. A diferença, ainda segundo o sindicato, teria sido demitida.
A entidade pede explicações à montadora. Quando o acordo do lay-off foi fechado no Tribunal Regional de Trabalho da 15ª Região, a GM se comprometeu a abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e só poderia demitir alguém em lay-off se um trabalhador da ativa aderisse ao PDV.
No lay-off, o trabalhador tem o contrato suspenso e deixa de ir à empresa, mas recebe salário, pago em parte pelo governo com verbas do fundo de amparo ao trabalhador e completado com recursos da empresa.
O sindicato tenta marcar uma reunião com a montadora ainda nesta semana.
Até a publicação desta reportagem, a Folha não conseguiu confirmar os cortes com a General Motors.
Mau momento
Os cortes da GM, se confirmados, são mais um capítulo do mau momento das montadoras no país. A indústria automobilística eliminou, no ano passado, 14.732 postos de trabalho, de acordo com dados da Anfavea (associação dos fabricantes de veículos).
Os cortes representam uma queda de 10,2% no emprego do setor e as montadoras fecharam 2015 empregando 129.776 trabalhadores, que é o mesmo patamar de 2009.
A produção de carros novos e veículos pesados caiu 22,8% em 2015 na comparação com 2014, voltando ao nível de 2006. As vendas recuaram ainda mais, 26,6%, e tiveram o pior ano desde 2008.