Após anunciar este mês o investimento de R$ 700 milhões na fábrica de São Caetano do Sul, no ABC Paulista, a General Motors do Brasil deu início nesta quarta-feira (9) as obras de expansão do Complexo Industrial Automotivo de Gravataí (Ciag), no Rio Grande do Sul. Está é a segunda ampliação desde que a fábrica foi inaugurada, em julho de 2000. Na última expansão, entre 2005 e 2006, o complexo recebeu investimentos de R$ 480 milhões, que resultaram no lançamento do Chevrolet Prisma.O plano de ampliação da unidade aumentará a capacidade de produção em 65%, passando de 230 mil para 380 mil veículos produzidos por ano, montante três vezes superior ao inicial. As obras acrescentarão mais 74 mil metros quadrados aos atuais 216 mil metros quadrados de área útil da fábrica. O incremento de cerca de 35% totalizará em 290 mil metros quadrados.
O investimento, de R$ 2 bilhões, é parte de um plano de gastos de US$ 2,5 bilhões entre 2007 e 2012 na região do Mercosul, que inclui Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A expansão da fábrica no Rio Grande do Sul irá demandar gastos de R$ 1,4 bilhão de reais, que incluem também a adaptação da unidade e modernização para a produção de dois novos modelos da família Ônix, substituta do Celta no Brasil, que chega ao país em 2012 e eventualmente poderá ser exportada. Os motores deverão vir da fábrica de equipamentos que a GM vai implantar em Joinville (SC).
Atualmente, a GM do Brasil já exporta carros para México, região andina, Mercosul e África do Sul. Os carros do novo investimento serão para abastecer em um primeiro momento os mercados brasileiro, argentino e chileno . De acordo com o presidente da GM do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, a ideia é exportar carros para a África do Sul e para outros mercados, mas isso vai depender do que vai acontecer com a economia desses países nos próximos anos.
O projeto terá financiamento de bancos públicos, entre os quais o Banrisul, que emprestará R$ 344 milhões em recursos próprios, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ao qual foram solicitados R$ 700 milhões. Deste valor, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) deve repassar R$ 200 milhões.
A GM também negociou com o governo do Rio Grande do Sul a prorrogação dos benefícios em relação ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A empresa irá quitar, a cada mês, 25% do ICMS devido e financiar os demais 75% com dez anos de carência e 12 anos de amortização - ao longo dos quais será divida cada parcela mensal -, sem correção monetária.
Empregos no Rio Grande do Sul
De acordo com o diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan, deverão ser criados mil novos postos de trabalho no complexo industrial. Proporcionalmente, o processo de expansão também se estenderá às autopeças. Durante o período de obras, outros 1,5 mil empregados atuarão no processo de ampliação, que deverá se estender até o primeiro semestre de 2011.