A montadora GM (General Motors) iniciou nova rodada de demissões no país. Desta vez, os cortes atingem a fábrica de São José dos Campos, em São Paulo. Segundo o sindicato dos metalúrgicos da cidade, mais de 200 dos 5.200 funcionários da unidade serão demitidos.

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A estimativa foi feita durante reunião realizada neste domingo (9), de acordo com Renato de Almeida, secretário-geral da entidade. A GM confirma os cortes, mas não informa o número total de afastamentos.

Os trabalhadores tomaram conhecimento da nova onda de cortes no sábado (8), quando telegramas da GM chegaram às casas dos funcionários demitidos. A montadora possui outras quatro unidades de produção no país. Em julho, já havia cortado funcionários da fábrica de São Caetano do Sul, também em São Paulo.

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As demissões em São José dos Campos não atingem os 750 trabalhadores que estavam em regime de “lay-off” (suspensão temporária do contrato de trabalho) na unidade.

Um acordo firmado entre a GM e o sindicato em março havia definido que o grupo ficaria cinco meses ausente e teria outros três meses de estabilidade ao retornar ao trabalho. Segundo a montadora, o acordo será mantido e eles retornarão à fabrica a partir desta segunda-feira (10).

Em nota, a GM diz que tomou a decisão de demitir os trabalhadores após esgotar “todas as alternativas”. A empresa afirma que já havia adotado férias coletivas, de “lay-off”, de banco de horas e de programas de demissão voluntária, mas as medidas não foram suficientes.

Segundo a montadora, as demissões têm como objetivo “adequar o quadro da empresa à atual realidade do mercado”. O setor automotivo enfrenta uma crise diante da queda nas exportações e do desaquecimento das vendas Brasil. De janeiro até julho, a produção das montadoras do país caiu 18,1% em relação ao mesmo período de 2014, o pior resultado desde 2006.

PPE
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De acordo com a companhia, a adesão ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), do governo federal, que prevê a redução em até 30% da jornada de trabalho, não foi possível, já que o sindicato “descartou publicamente” o uso do instrumento na unidade de São José dos Campos.

O sindicato se opõe ao PPE por “cortar salários num momento de crise e de inflação”, segundo Renato de Almeida. A entidade planeja uma assembleia nesta segunda-feira (10) no primeiro turno de trabalho, às 5h30. O objetivo é reverter as demissões.

Investimentos

Apesar dos cortes em sua força de trabalho, a GM anunciou no final de julho que irá dobrar os investimentos no país até 2019. Segundo a companhia, o valor aplicado no país será de R$ 13 bilhões entre 2014 e 2019 - cerca de 35% do total direcionado a mercados emergentes.