É o fim da linha para o Google+, a rede social que o Google lançou com muito barulho em 2011 para conter o avanço do Facebook e que acabou sendo um dos maiores fiascos da história da empresa. O anúncio veio acompanhado da grave revelação de que uma falha no Google+ permitiu, por quase três anos, que terceiros coletassem dados privados dos perfis dos usuários da rede.
De acordo com o Wall Street Journal , que antecipou a informação da falha de segurança do Google+ após revisar documentos internos da empresa, o departamento legal do Google preferiu não comunicar a falha ao público para evitar “interesse regulatório imediato” e dar margem a comparações com o escândalo de vazamento de dados do Facebook para a Cambridge Analytica.
Os executivos do Google temiam que a divulgação do incidente acabasse por “nos colocar em destaque junto ou até mesmo no lugar do Facebook, apesar de termos estado fora do radar durante o escândalo da Cambridge Analytica”, de acordo com o memorando obtido pelo WSJ.
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A falha no Google+ existia desde 2015 e foi descoberta em março deste ano, mas só agora, sete meses depois, foi divulgada ao público.
De acordo com o Google, quase 500 mil usuários podem ter sido afetados e foram detectados 483 aplicativos capazes de se conectar aos perfis do Google+ podem ter acessado os dados pessoais deles. A falha permitia o acesso aos seguintes dados de perfil, mesmo quando marcados como privados: nome completo, endereço de e-mail, data de nascimento, fotos de perfil, lugares onde morou, ocupação e status de relacionamento. O Google afirma não ter encontrado evidências de que dados foram usados indevidamente.
O fim do Google+ será um processo de 10 meses, previsto para terminar em agosto de 2019. Nesse intervalo, o Google oferecerá mais informações para que os usuários interessados façam download e migrem seus dados. A baixa utilização do Google+ também contribuiu para o fim da operação. O Google diz que “90% das sessões duram menos de cinco segundos”.
Apesar do fim do Google+ para consumidores domésticos, o produto deve ganhar sobrevida nas empresas. O Google+ seria “mais adequado como um produto corporativo onde os funcionários podem participar de discussões internas em uma rede social do trabalho segura”, segundo o Google. Detalhes sobre essa transição também serão divulgados no futuro.
Mudanças no Android também
O fim do Google+ é parte do que o Google batizou de “Projeto Strobe”, uma série de mudanças em seus principais produtos para fortalecer os controles de privacidade e segurança aos usuários.
As outras três medidas anunciadas são:
• Mudanças nas tela de cessão de permissões da Conta Google para aplicativos e serviços de terceiros;
• Limitação dos tipos de aplicativos que poderão se conectar ao Gmail; e
• No Android, limitações a apps que peçam acesso a relatório de ligações e gerenciamento de mensagens de texto (SMS). Agora, apenas os definidos como padrão pelo usuário terão acesso pleno a essas permissões.
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