As autoridades regulatórias da União Europeia fizeram uma nova acusação contra a Alphabet, dona do Google, nesta quinta-feira (14) por práticas anticompetitivas. A queixa diz respeito à atuação da empresa no mercado publicitário online e ao serviço de comparação de preços do Google.
Margrethe Vestager, a comissária de competição da União Europeia, afirma que a gigante tecnológica bloqueia os rivais no lucrativo mercado publicitário de busca online.
A Comissão Europeia, órgão executivo da UE, também afirma que o buscador mais popular de internet favorece resultados do próprio serviço de comparação de preços do Google em detrimento do de concorrentes.
“O Google criou muitos produtos inovadores que fizeram diferença em nossas vidas. Mas isso não dá ao Google o direito de negar a outras companhias a chance de competir e inovar”, afirma Vestager em coletiva em Bruxelas.
A Comissão informou que enviou duas “declarações de objeções” ao Google.
Batalha antitruste
As acusações relacionadas à publicidade – que envolvem unidades do Google como a AdWords – abrem uma nova frente na batalha antitruste da Comissão Europeia contra a empresa e envolvem um de seus negócios que mais geram receitas.
A nova queixa acusa o Google de abusar de sua posição dominante ao impedir artificialmente que outros sites possam mostrar anúncios de busca de seus concorrentes.
A acusação tem relação com a plataforma “AdSense” para busca do Google, na qual a empresa atua como intermediária para sites de venda online, operadoras de telefonia ou jornais, com buscas que produzem resultados que incluem anúncios de busca.
A rede de Adsense da gigante de tecnologia coloca propagandas em sites associados – desde blogs até os principais produtores de conteúdo – e o Google fica com uma parte dos lucros.
“Nós levantamos preocupações de que o Google impede concorrentes de atuar, ao limitar a capacidade dos rivais de colocar anúncios de busca em sites de terceiros, o que limita a escolha do consumidor e a inovação”, afirmou Vestager.
As plataformas AdWords e AdSense do Google têm estado no radar da Comissão Europeia desde 2010, após rivais reclamarem de que as cláusulas de exclusividade publicitária do Google eram injustas e depois de criticarem restrições a outros anunciantes.
A Comissão também reforçou sua conclusão inicial de que o Google abusou de sua posição dominante no mercado ao sistematicamente favorecer seu serviço de comparação de preços nos resultados de buscas.
O Google pode enfrentar multas de até 10% de seu faturamento anual em cada caso, se for considerado culpado de violar as leis antitruste do bloco.