O Google entra na segunda semana de confronto com o governo da China, em meio a especulações de que a empresa decidiu se retirar do maior mercado de Internet do mundo por conta de temores de ciberespionagem.
O Google informou na semana passada que estava avaliando sair da China depois de sofrer um ciberataque sofisticado em sua rede, que resultou no roubo de propriedade intelectual.
A empresa disse que não estava mais pronta a filtrar conteúdo em sua ferramenta de língua chinesa google.cn, e que tentaria negociar uma ferramenta de busca legal sem filtro, ou sair do mercado.
A maior parte dos filtros no google.cn ainda estava funcionando no domingo, embora os controles sobre algumas buscas, incluindo a repressão à Praça da Paz Celestial em 4 de junho de 1989, parecem ter se perdido.
O anúncio do Google chamou a atenção dos 384 milhões de usuários de Internet da China, o maior mercado do mundo, com blogs e a mídia local citando fontes não identificadas para dizer que o Google já havia se decidido a fechar seus escritórios na China.
O Google negou isso, dizendo que a empresa ainda está no processo de inspecionar suas redes internas desde o ciberataque ocorrido em meados de dezembro. O Google também disse que manterá conversas com o governo chinês nas próximas semanas.
A China tentou minimizar a ameaça do Google de partir, dizendo que havia muitas maneiras de resolver a questão, mas insistindo que todas as companhias estrangeiras, o Google incluído, devem aceitar as leis chinesas.
Washington informou que estava emitindo uma nota diplomática à China, pedindo oficialmente uma explicação pelos ataques.
A questão pode virar outra tensão na relação entre a China e os EUA, que já está desgastada por argumentos sobre a taxa de câmbio da moeda chinesa, o protecionismo comercial e a venda de armas norte-americanas a Taiwan.
Há muito tempo Washington se preocupa com o programa de ciberespionagem de Pequim. Um grupo congressista disse em novembro que o governo chinês parecia estar cada vez mais invadindo computadores norte-americanos para reunir informações úteis para suas Forças Militares.
No sábado, o Yahoo foi dragado pela questão crescente depois que seu parceiro chinês Alibaba Group criticou as declarações da empresa de apoio ao Google.
Minimizando preocupações levantadas pelo Google, a rival Microsoft afirmou que não planeja sair da China.
A Microsoft deposita altas esperanças para seu mecanismo de buscas na China, que tem apenas uma pequena participação de mercado, mas não se beneficiaria imediatamente de uma eventual saída do Google, número dois do setor de buscas online atrás do chinês Baidu.
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