Centrais sindicais e governo federal não chegaram a um acordo, em reunião nesta segunda-feira (19), sobre as regras mais rígidas para concessão de benefícios trabalhistas e previdenciários anunciadas no final do ano passado.
Em encontro com os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), Nelson Barbosa (Planejamento), Trabalho (Manoel Dias) e Carlos Gabas (Previdência), em São Paulo, representantes de seis centrais sindicais pediram a revogação das medidas que mudam o seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte, entre outras, por entenderem que elas consistem na perda de direito dos trabalhadores. Não foram atendidos, mas o governo propôs uma negociação.
"Apresentamos às centrais as razões técnicas que levaram o governo a adotar as medidas ainda em 2014. Para que elas tenham validade a partir de 2016, não podemos desistir delas. Mas abrimos o debate sobre o conteúdo dessas MPs (664 e 665)", disse o ministro Miguel Rossetto.
Segundo ele, reuniões técnicas serão realizadas nas próximas semanas entre representantes das centrais e do governo federal para debater o conteúdo das medidas. Ele admitiu que pode haver mudanças, mas não entrou em detalhes sobre o que pode ser flexibilizado.
Manifestação
As centrais vão participar dos encontros e devem basear suas propostas em estudos do Dieese. Mas, apesar de terem aberto diálogo com o governo, mantiveram a manifestação contrária às medidas.
Está marcado para dia 28 de janeiro um protesto envolvendo trabalhadores da Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), UGT (União Geral dos Trabalhadores) e Nova Central Sindical de Trabalhadores. O "Dia nacional de Luta dos Trabalhadores" terá âmbito nacional.
Em 26 de fevereiro, os sindicalistas farão uma marcha em Brasília.
"Nem que a vaca tussa vamos permitir que sejam retirados direitos dos trabalhadores", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que a entidade questionará as medidas no Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, estão sendo coletados documentos para a elaboração de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) contra as medidas provisórias.