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G20

Governo quer acelerar acordo do Mercosul com europeus, mas França segue resistente

Lula e Rui Costa
Definição sobre acordo deve ocorrer em 6 de dezembro durante encontro do Mercosul, mas Macron já adiantou que não deve assinar. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou neste final de semana que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer assinar o emperrado acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia na próxima reunião de negociação entre os dois blocos, marcada para o dia 6 de dezembro em Montevidéu, no Uruguai.

De acordo com ele, a reunião bilateral deste domingo (17) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi proveitosa e que ela agora trabalha para convencer a França a aceitar os termos do acordo. O país liderado por Emmanuel Macron tem sido resistente a assinar o tratado e adiantou ao presidente argentino Javier Milei que não pretende aderir.

“Eles [Comissão Europeia] vão trabalhar intensamente especialmente com a França, que tem uma resistência grande, a fazer o acordo com o Mercosul. Ou seja, nós estamos avançando com os Emirados [Árabes Unidos], com os países árabes, com a China, mas queremos avançar em acordos com a Europa, com os Estados Unidos, basta a decisão deles de também querer avançar e fazer parcerias com o Brasil”, disse Rui Costa à GloboNews.

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Durante a reunião bilateral deste domingo (17), Lula disse que a conversa com Ursula von der Leyen deu “continuidade aos esforços” para a conclusão do acordo. Já a presidente da Comissão Europeia reforçou a importância estratégica e econômica do tratado, ressaltando que, embora estejam próximos de um desfecho, a fase final é a mais desafiadora.

“O diabo está sempre nos detalhes. A reta final é a mais importante, mas também a mais difícil, muitas vezes”, afirmou também em entrevista à GloboNews.

Embora o tratado de livre comércio entre Mercosul e União Europeia esteja em negociação há 25 anos, a concretização ainda enfrenta obstáculos significativos. Em 2019, as partes chegaram a um acordo político, mas desde então alguns países europeus têm imposto barreiras.

A resistência francesa ocorre principalmente por preocupações de agricultores que temem a entrada de produtos sul-americanos no mercado europeu em condições desiguais, afetando a competitividade local. A Comissão Europeia, por outro lado, afirma ter o poder de firmar o tratado, mas reconhece que um consenso político entre os 27 Estados-membros é essencial para avançar.

Não há expectativa de que um avanço significativo seja alcançado durante a cúpula do G20. As conversas seguem em nível técnico, com a esperança de que um consenso seja eventualmente atingido.

O acordo UE-Mercosul visa criar um mercado integrado com cerca de 800 milhões de habitantes, eliminando tarifas de importação sobre mais de 90% dos produtos europeus exportados para o Mercosul.

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