O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu ontem que o governo pode ter de usar, novamente, a estratégia de adiantar recursos do Tesouro a distribuidoras para cobrir os gastos que elas estão tendo com a compra de energia gerada emergencialmente por termelétricas.
Normalmente, as distribuidoras são "ressarcidas" por esses gastos extras somente no aniversário de suas concessões, ao repassar o custo ao consumidor na forma de reajuste da tarifa. Como as despesas são elevadas e algumas estavam tendo problemas de caixa, em 2013 o governo optou por usar recursos do Tesouro para bancar esses gastos num primeiro momento, e depois repassar a conta para as distribuidoras de energia.
Como o uso de termelétricas continua intenso porque a seca se estendeu pelo período tradicionalmente chuvoso pelo segundo ano seguido , o mesmo expediente pode ser usado neste ano. "É o que estamos estudando", disse Lobão sobre o empréstimo do Tesouro. "O fato é que a repercussão não será imediata [para o consumidor], e se houver será mínima."
Sem desabastecimento
Apesar do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas no país, Lobão ressaltou que não há "nenhum risco de desabastecimento". Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os reservatórios no Sudeste enfrentam a pior situação desde 1953.