O governo alemão espera que a Grécia se atenha aos termos do seu acordo de resgate pela União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) depois da eleição de 25 de janeiro e uma possível mudança de governo em Atenas, disse um porta-voz da chanceler Angela Merkel, no domingo.
No entanto, o porta-voz Georg Streiter se recusou a comentar sobre a reportagem da revista Der Spiegel que disse que a chancelaria de Merkel havia mudado seu ponto de vista e, agora, acreditava que a zona euro seria capaz de lidar com uma saída da Grécia, se necessário.
"A Grécia cumpriu as suas obrigações no passado. O governo alemão assume que vai continuar a cumprir as suas obrigações contratuais com a troika," disse Streiter à Reuters.
"Cada novo governo tem de cumprir as obrigações contratuais do governo anterior."
A 'troika' que supervisiona o resgate de 240 bilhões de euros da Grécia é composta pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo FMI.
Como tesoureira da zona do euro, a Alemanha insiste que a Grécia deve ater-se ao caminho de austeridade e não voltar atrás em seus compromissos - especialmente porque não quer abrir a porta para que outros relaxem seus esforços de reforma.
A revista Der Spiegel informou no sábado que Merkel e o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, acreditam agora que a zona euro tem implementado reformas suficientes desde o auge da crise, em 2012, para uma potencial saída da Grécia.
Além disso, a zona do euro agora tem um fundo de resgate "eficaz", o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), uma outra fonte. Grandes bancos seriam protegidos pelo sindicato bancário.
Um funcionário do Ministério das Finanças alemã disse apenas que comentários feitos por Schaeuble, na semana passada, permanecem válidos.
"Se a Grécia tomar outro caminho, vai ser difícil", disse Schaeuble na semana passada. "Novas eleições não vão mudar os acordos que fizemos com o governo grego".