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Mantega: com novas medidas, governo quer garantir crescimento de 5% em 2010 | Shaun Curry/AFP
Mantega: com novas medidas, governo quer garantir crescimento de 5% em 2010| Foto: Shaun Curry/AFP

Reação

Beneficiados se dizem satisfeitos

A maioria dos setores beneficiados pelas desonerações reagiu positivamente ao anúncio das bondades fiscais. Enquanto fabricantes de navios, computadores e máquinas saudaram as medidas, apenas a indústria de turbinas eólicas manifestou insatisfação com os incentivos, considerados tímidos.

Agraciados com a prorrogação até 2014 da isenção do PIS/Cofins, os fabricantes de computadores comemoraram e esperam fechar 2009 com 12 milhões de unidades vendidas, três vezes o volume de 2005, ano em que o benefício começou a vigorar. A indústria naval também aprovou a confirmação de crédito de R$ 15 bilhões para navios e estaleiros. No contrafluxo, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) disse que a isenção do IPI concedida às turbinas de energia eólica não basta para colocar o setor em pé de igualdade com as hidrelétricas.

  • Confira algumas medidas anunciadas pelo governo

Apesar de a equipe econômica destacar que o Brasil já entrou numa nova fase de crescimento após a crise financeira, o governo decidiu injetar mais R$ 3,2 bilhões para tentar garantir a retomada dos investimentos e da produção já no início do ano eleitoral de 2010. Os recursos virão por meio da prorrogação de desonerações já existentes e da criação de novas isenções de impostos e contribuições. Além disso, haverá novas linhas de crédito.A maior parte dos benefícios fiscais no ano que vem, R$ 2,6 bilhões, incentivará a venda de computadores no varejo (R$ 1,6 bilhão) e investimentos no refino de petróleo e na indústria petroquímica nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Além disso, o BNDES também receberá uma nova ajuda do Tesouro Nacional, agora de R$ 80 bilhões, para financiar investimento produtivo – neste ano houve reforço de R$ 100 bilhões. Essas medidas, anunciadas na última reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), se somarão a outras vigentes neste ano e que já haviam sido prorrogadas.Só neste ano, o governo abriu mão de R$ 27 bilhões em impostos e contribuições, segundo a Fazenda, para tentar tirar o país da recessão econômica que durou do último trimestre de 2008 ao primeiro de 2009. Parte dessas desonerações o governo já havia anunciado que seriam mantidas em 2010. Ontem, numa nova rodada de "bondades", o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ampliou a lista com mais 13 medidas.

Anunciou, por exemplo, que a isenção de PIS/Cofins para computadores que acabaria neste ano valerá até 2014. Já a isenção de IPI para máquinas e equipamentos, que acabaria neste mês, foi prorrogada para junho de 2010. Como novas desonerações, o governo anunciou a suspensão das cobranças de IPI, PIS/Cofins e imposto de importação para computadores adquiridos por escolas públicas e nos investimentos na indústria petroquímica. E os equipamentos usados na produção de energia eólica (aerogeradores) terão isenção permanente de IPI.

Para tentar estimular o mercado de crédito, sobretudo o financiamento de investimentos, o Tesouro dará R$ 80 bilhões ao BNDES. Investimento é o grande gargalo da economia. Até meados do ano passado, antes do agravamento da crise mundial, os investimentos cresciam com vigor. A expectativa de Mantega é que ele volte a subir 20% ao ano para garantir oferta de bens e serviços compatível com um crescimento da economia de 5% nos próximos anos, sem geração de inflação.

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