O Banco Central (BC) pediu moderação nas concessões de subsídios por meio de operações de crédito. Mas na direção contrária, a nova política industrial, batizada de Brasil Maior, foi lançada pelo governo com mais um caminhão de subsídios, de efeitos incertos sobre a economia e a inflação em 2012.
O governo não só ampliará mais uma vez os empréstimos do Tesouro Nacional ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como também anunciou que vai estender por mais um ano o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Criado após a crise de 2008, o programa permite ao BNDES oferecer empréstimos com taxas de juros bem mais baixas do que as de mercado.
O banco estatal vai, inclusive, voltar a atuar no crédito de capital de giro, como fez durante a crise para socorrer as empresas. Tudo bancado com mais subsídios bilionários do Tesouro até agora pouco explicitados.Meta
A meta para o BNDES é ambiciosa: desembolsar R$ 500 bilhões para o Brasil Maior até 2014. Mas até o início de maio, quando a inflação estava em forte alta e dominava todas as atenções dentro e fora do governo, a equipe econômica cogitava postergar para 2012 o repasse de R$ 55 bilhões de empréstimos do Tesouro ao BNDES previstos para este ano, como medida para auxiliar o BC. A estratégia foi revista, com a liberação de R$ 30 bilhões em junho.
Agora, com o recuo dos preços e os sinais de fim do ciclo de alta da taxa Selic (juro básico da economia), o governo decidiu repassar os R$ 25 bilhões restantes até o final do ano. E já negocia internamente um novo aporte de recursos para 2012, como indicou anteontem o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "O BNDES precisa de dinheiro o ano todo", afirmou.
A elevação do custo fiscal e o impacto na dívida pública dos empréstimos do Tesouro ao BNDES são a parte mais visível da política adotada, mas os seus efeitos na demanda agregada da economia são bem mais difíceis de serem dimensionados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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