O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira, em Blumenau, no interior de Santa Catarina, na abertura do 25º Encontro Econômico Brasil-Alemanha, que o governo vai apresentar ao Congresso dentro de 15 dias a nova proposta de política industrial para o país, como forma de garantir maior inserção do Brasil no mercado mundial. O presidente disse, ainda, que até o dia 30 apresenta a proposta de reforma tributária ao Congresso.
- Se não é a reforma tributária ideal, será a factível - disse Lula, aos empresários brasileiros e alemães reunidos em Blumenau.
Lula disse que vai pedir apoio de todos os governadores para a proposta. Ele voltou a criticiar os Estados Unidos por sua política de subsídos, o que, segundo ele, vem dificultando o entendimento das negociações na Rodada de Doha.
- Os Estados Unidos concederam, no ano passado, US$ 11 bilhões em subsídios, mas pelo que nos disseram sua representante nas negociações a proposta é que eles gastem agora de US$ 13 bilhões a US$ 16 bilhões em subsídios. Na matemática que aprendi na escola, isso não significa redução de subsídios - ironizou Lula, tendo ao seu lado o ministro da Economia da Alemanha, Michael Glos.
Presidente garante querer proteger a Amazônia
O presidente disse ainda que o governo está preparando a apresentação de uma proposta de novo zoneamento ecológico para impedir o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia, para não prejudicar ainda mais o meio ambiente e ameaçar ainda mais as florestas da região.
Lula acha que a produção dos bio-combustíveis não deve ser feita na região. Para ele, a Amazônia já tem muitas áreas agriculturáveis na Amazônia, para pastagens, e a proposta do governo será a de impedir a produção de bio-combustíveis na região.
Sobre a descoberta da super reserva de petróleo e gás na Bacia de Santos, a Tupi, Lula disse que o fato do Brasil ter feito a grande descoberta, "que é muito grande mesmo", como enfatizou, não significa que o Brasil vai prorrogar a mudança em sua matriz energética por causa disso.