• Carregando...

Barril cai para menos de US$ 100

Os contratos futuros de petróleo recuaram mais de US$ 2 por barril neste domingo na Nymex, bolsa de futuros de energia de Nova York, no pregão eletrônico, depois que checagens iniciais mostraram que o furacão Ike não provocou danos permanentes nas plataformas das petrolíferas instaladas no Golfo do México. Às 13h53 de Brasília, o contrato de outubro caia US$ 2,07 a US$ 99,11 por barril. Foi a primeira vez desde 1º de abril que o petróleo fechoua o dia abaixo de US$ 100 por barril.

O preço do petróleo começou um ciclo de queda que deve ir até 2015, quando deve se estabilizar em cerca de US$ 70 o barril por cerca de dez anos, aumentando novamente a partir daí, segundo cenário elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal.

As projeções se apóiam nas expectativas para o futuro sobre fatores que a EPE considera que causaram a alta de 584% do petróleo entre janeiro de 2002 para julho deste ano. Nesse período, o barril passou de US$ 19,42 para US$ 132,72 pela média mensal, e depois iniciou uma redução que foi de 14,7% em agosto. A alta do petróleo nesse período foi influenciada tanto pelo aumento da demanda quanto por restrições de oferta.

Agora, a EPE espera menor ritmo de expansão da demanda com elevação da produção e da capacidade ociosa, o que dará uma folga para o caso de problemas geopolíticos e climáticos.

"Os fatores que causaram o aumento do petróleo nos últimos anos se esgotam, chegam a um ponto de inflexão, de destruição da demanda e o preço alto viabiliza o aumento da produção", diz o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que apresentará o estudo hoje, primeiro dia do evento Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.

Entre os fatores de estímulos à demanda, Tolmasquim citou o forte crescimento econômico mundial, na média de 4% ao ano entre 1998 a 2007, deve estar passando por uma desaceleração este ano e no próximo, para 3,7% e 3,8%.

Outro motivo para a alta do petróleo foi a participação que era relativamente baixa da gasolina nos orçamentos das famílias dos países desenvolvidos. Mas o peso do combustível no total de despesas das famílias americanas, por exemplo, já dobrou, passando de 2% em 2002 para 4% mais recentemente.

Um terceiro fator é a adoção de subsídios que evitaram aumentos maiores do preço do petróleo ao consumidor em diversos países. Isso começou a ser revertido este ano devido ao custo fiscal em países que passaram a aumentar preços dos combustíveis como Indonésia (28,7%), Taiwan (20%), Malásia (20%) e China (18%). Os grandes gastos nos últimos anos também estimulam políticas de eficiência energética e substituição do petróleo por outras alternativas, como os biocombustíveis.

Esta é a primeira vez que uma projeção de longo prazo para o preço do petróleo é feita no Brasil, de acordo com Tolmasquim. Ele relatou que a EPE usava projeções de instituições internacionais. Foi motivada a fazer suas próprias projeções, entre outros motivos, ao ver dois bancos atingidos pela crise internacional e que, "por acaso", tinham posições em petróleo, projetando o barril a US$ 200 e US$ 400 no ano que vem, segundo o presidente da empresa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]