O Ministério da Fazenda aumentou de 3,7% para 3,9% a projeção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano. A piora na estimava leva em conta o impacto da alta do dólar e das enchentes no Rio Grande do Sul nos preços.
A equipe econômica também considerou os recentes aumentos na gasolina e no gás de cozinha. A estimativa consta no Boletim MacroFiscal apresentado nesta quinta-feira (18) pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Para 2025, a estimativa avançou de 3,2% para 3,3%. A meta da inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%.
“De abril a junho, a variação acumulada em doze meses do IPCA subiu, repercutindo principalmente a aceleração de preços livres”, diz o relatório. Dentre os preços livres, a Fazenda destacou o “aumento da inflação de alimentação no domicílio, influenciada pelas enchentes no RS, e de bens industriais”.
Projeção para o PIB
A pasta manteve a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,5% neste ano, entretanto, revisou para baixo a estimativa para 2025, de 2,8% para 2,6%. A revisão para o ano que vem ocorreu diante da interrupção no ciclo de cortes da taxa básica de juros pelo Banco Central. Há um mês, o BC decidiu manter a Selic em 10,50% ao ano.
A SPE estimou para baixo o resultado para os setores produtivos. A variação esperada da agropecuária para o PIB caiu de -1,4% para -2,5%, refletindo a redução nas estimativas para a safra de soja, milho, e trigo neste ano e os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul.
Já a expectativa de crescimento da indústria foi revisada para cima, de 2,4% para 2,6%, considerando as projeções para a indústria de transformação e construção neste ano. A projeção para a expansão dos serviços também subiu, passando de 2,7% para 2,8%.
Impacto da calamidade no Rio Grande do Sul
A equipe econômica calcula que a calamidade no Rio Grande do Sul deve impactar o PIB em 0,25 ponto percentual em 2024. No entanto, os efeitos deverão ser compensados por medidas de suporte às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pediu “parcimônia” à equipe econômica ao considerar os impactos das enchentes no estado na revisão do PIB. O Rio Grande do Sul é responsável por 6,5% do PIB nacional e teve 95% das indústrias atingidas pela tragédia climática, de acordo com estimativa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
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