O governo brasileiro vai receber em janeiro 40 computadores portáteis indianos que participarão de uma disputa, com pelo menos outras duas máquinas, para ser adotado em escolas públicas de ensino médio e fundamental. A máquina Mobilis, da Encore Software, se diferencia de seus concorrentes pelo fato de ser um tablet PC -- portátil com tela sensível ao toque que dispensa teclado, assim como acontece com os palmtops. As novidades devem chegar por aqui ainda na próxima semana.
Em 2007, o governo brasileiro fará testes com as alternativas disponíveis para saber qual delas atende melhor às propostas de inclusão digital aliada à educação. Além do Mobilis, participam dessa disputa os modelos XO (computador do projeto Um Laptop por Criança, ou OLPC na sigla em inglês) e Classmate PC (portátil da Intel que será produzidos no Brasil pela Positivo Informática e CCE). Seus preços estão estimados, respectivamente, em US$ 230 (cerca de R$ 490), US$ 150 (R$ 320) e US$ 400 (R$ 850).
Os testes
Atualmente, 50 laptops do projeto OLPC são testados por instituições brasileiras -- a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi, ligado à Universidade Federal de Santa Catarina) e o Centro de Pesquisa Renato Archer (Cenpra, em Campinas). Até o final do trimestre, a Intel prevê que 800 unidades do Classmate PC sejam distribuídas em escolas públicas selecionadas pelo governo.
As máquinas Mobilis enviadas ao Brasil têm processador Intel PXA255 de 400 MHz, 128 MB de memória RAM, 2 GB de memória flash, software livre, tela LCD de 7,5 polegadas, conexão sem fio à internet (Wi-Fi) e bateria com seis horas de duração. O tablet pesa 750 gramas, o mais leve entre os três modelos.
Batalha
Peter T. Knight, presidente da empresa Telemática e Desenvolvimento, que representa no Brasil a indiana Encore Software, reconhece que a batalha entre os portáteis será dura. "O projeto OLPC tem parceria com diversas empresas grandes e também conta com uma marca forte, já que muitos de seus participantes vêm do MIT [Massachusetts Institute of Technology]. Nós, por outro lado, estamos sozinhos", comparou o economista. "Nossa estratégia é trabalhar com centros de pesquisa da Índia e Brasil, para que o Mobilis possa ser sempre aprimorado", continuou.
Ao contrário das outras alternativas, o indiano Mobilis não é voltado somente às escolas. "Temos a intenção de também oferecer o computador para os consumidores, e não mantê-lo restrito somente às instituições de ensino", afirmou Knight. A meta da companhia, disse, é fazer com que essas máquinas populares possam ser fabricadas e montadas por aqui futuramente. Com isso, acredita, seu preço poderia cair para R$ 400.
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