O vice-líder do partido trabalhista britânico, Harriet Harman, enviou neste domingo o mais forte sinal de que o governo está preparado para agir legalmente para evitar que altos executivos de bancos recebam pagamentos elevados.
O assunto veio à pauta após a notícia de que o ex-chefe do Royal Bank of Scotland Fred Goodwin poderia receber uma pensão anual de mais de 650 mil libras, apesar de liderar o banco durante sua derrocada que acabou em sua nacionalização. Um cidadão comum britânico levaria 20 anos para conseguir ganhar esse valor.
O RBS divulgou o maior prejuízo corporativo da história do país na semana passada. O controle do banco agora é majoritariamente estatal.
Goodwin, cujas aquisições ambiciosas de outras instituições são criticadas por terem contribuído significativamente para o colapso do banco, aposentou-se em outubro. "Fred Goodwin não deveria contar com... 650 mil libras por ano, porque isso não vai acontecer", disse Harman à rede BBC.
"O primeiro-ministro disse que isso não é aceitável e, portanto, isso não será aceito. Esse contrato pode ser executável em uma corte de justiça, mas não é executável sob a opinião pública. E é aí que o governo entra."
O jornal Observer divulgou que embora Goodwin desfrute da aposentadoria prematura aos 50 anos de idade, ele dificultou a possibilidade de outros funcionários do RBS se aposentarem antes.
Segundo a publicação, ele alterou as regras para a aposentadoria prematura há três anos, aumentando a idade mínima de 50 para 55 anos e apenas se as aposentadorias foram reduzidas em até 40 por cento.
As informações devem aumentar a fúria pública sobre a quantidade de dinheiro que recebem os banqueiros, cujas políticas de bônus e práticas de empréstimos de risco derrubaram o sistema financeiro.
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