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Reino Unido

Governo britânico quer três novos bancos atuando no varejo

O secretário do Tesouro do Reino Unido, Alistair Darling, disse que o governo deu início a um processo para reconstruir o sistema bancário do país, que deve resultar em um grande desinvestimento em algumas instituições financeiras e na tentativa de atrair novos participantes para o setor banco de varejo britânico.

"Gostaria que tivéssemos pelo menos três grandes instituições entrando no mercado nos próximos anos", afirmou em entrevista ao Politics Show da BBC.

Circulam informações na mídia neste domingo (1º) que há planos para a criação de três novos bancos a partir de ativos vendidos pelas instituições Royal Bank of Scotland (RBS), o Lloyds Banking e o Northern Rock, que receberam ajuda do governo.

Darling não deu detalhes, mas afirmou que as novas instituições poderiam ser algumas das quais já estão no sistema bancário, "e outros podem decidir ser algo que queiram entrar".

Analistas tem dito que empresas pequenas de serviços financeiros, incluindo a Tesco Bank e o Virgin Money podem fazer uma oferta pelos ativos que devem ser vendidos. O Virgin Money, parte do grupo Virgin de Richard Branson, pediu ao Financial Services Authority (FSA) autorização para se transformar em banco, segundo informou a instituição no dia 23 de outubro.

Darling afirmou neste domingo que o governo está em posição para a venda de partes lucrativas do Northern Rock, com uma data limite de três a quatro anos, referindo-se à aprovação recebida da União Europeia. "Venderei apenas quando as condições estiverem corretas e quando recebermos nosso dinheiro de volta", disse Darling.

O RBS e o Lloyds, por sua vez, terão de vender alguns ativos, mas Darling não especificou quais. "O que realmente se quer é um desinvestimento realmente substancial talvez de agências ou talvez de instituições em particular que ambos possuam, para que fiquem disponíveis para outros participantes", disse Darling.

Ambos o Lloyds e o RBS estão negociando com o Tesouro britânico e com a União Europeia ajuda estatal e adesão a regras de competição. Nenhuma das instituições pode ser contactada neste domingo para comentar as declarações.

O Lloyds, que tem 43% de participação do governo britânico, está em conversações com as autoridades sobre um plano para escapar do dispendioso programa de proteção de ativos, o qual pode incluir aumento de capital por meio de emissão de direitos e uso de um novo instrumento chamado contingenciamento de capital.

O programa de proteção de ativos foi desenvolvido para isolar os ativos ruins dos bancos e o Lloyds concordou participar do programa, pagando por isso uma tarifa e aceitando uma ampla participação do governo na instituição. Pelos termos originais, o governo garantiria cerca de 260 bilhões dos ativos em risco do Lloyds mediante o pagamento de uma tarifa de 15,6 bilhões de libras esterlinas, pagas com a emissão de ações sem direito a voto. O banco também seria responsável por um primeiro prejuízo de 25 bilhões de libras.

"Quero reduzir a exposição potencial que assumimos, porque 260 bilhões de libras é uma exposição bastante elevada. Quero reduzi-la e se pudermos ter recursos privado será bom", afirmou Darling.

A União Europeia, por sua ver, quer ter certeza de que os bancos que receberam ajuda estatal, como o Lloyds e o RBS, não tenham vantagem competitiva em relação aos que permaneceram independentes.

Paralelamente, o The Wall Street Journal divulgou que o RBS será forçado a pagar uma tarifa elevada para participar do programa de proteção de ativos, citando fontes próximas ao assunto, para satisfazer as regras de competição da União Europeia, que exige do banco o pagamento de um preço elevado para obter ajuda do governo. O RBS pretende anunciar detalhes na terça-feira de sua participação no programa, diz o Journal. As informações são da Dow Jones.

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