O Brasil vai buscar uma taxa de crescimento equivalente a 4,5% neste ano, disse nesta sexta-feira (4), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante sua palestra no Seminário Brasil 2020 - Rumos da Economia, realizado em São Paulo pela revista Brasileiros. De acordo com Mantega, a expansão almejada para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 não é fácil, mas o governo mantém o objetivo de alcançá-la. E a dificuldade para alcançar a meta de crescimento de 4,5% se dá em razão da economia mundial manter a trajetória de desaceleração.

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O ministro, entre uma projeção e outra, avalia e faz comparações entre o crescimento esperado para este ano, a expansão do PIB em 2011 e em 2010. De acordo com ele, a economia em 2012 vai crescer mais do que no ano passado (2,7%), apesar de ficar abaixo do avanço de 7,5% do PIB em 2010. "No ano passado, crescemos 2,7%, que foi maior do que o crescimento de muitos países da Europa e dos EUA. É que em 2010 crescemos 7,5% e a gente fica mal acostumado", brincou o ministro.

Para Mantega, mesmo tendo crescido menos no ano passado, o Brasil continua a gerar empregos, o que não ocorreu na Europa, onde os países convivem com desemprego há três anos. Segundo ele na Europa, o desemprego deverá continuar, o que tende a acirrar as pressões políticas sobre os respectivos governos. "A cada semana cai um presidente nos países da região porque a população não está contente com o gerenciamento da crise".

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O ministro negou que haja em curso um processo de desindustrialização no Brasil. Para ele, a crise mundial afeta principalmente a indústria manufatureira mundial, que vai buscar mercado em outros países como o Brasil. "(O setor) é o principal afetado pela crise. Por isso, dizem que, em alguns países, há desindustrialização. Isso não está acontecendo no Brasil, apesar de a indústria estar também sendo afetada pela crise (internacional)", disse ele ao comentar medidas de estímulo ao setor.

Na América Latina, segundo Mantega, a produção industrial, se comparada com Europa e Estados Unidos, continua sólida e, na região, o Brasil é o maior produtor. De acordo com o ministro, o governo continuará tomando medidas para manter o mercado interno.