A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou nesta quinta-feira (10) que o Ministério do Trabalho irá chamar os bancos Itaú e Santander para discutir a redução de empregos e a política de rotatividade das instituições financeiras.
Procurado, o Ministério do Trabalho confirmou que o encontro ocorrerá no dia 16 com a presença do ministro Brizola Neto, representantes dos trabalhadores e dos bancos. A reunião será organizada pela Secretaria de Relações do Trabalho.
Segundo a Contraf, houve uma reunião com o governo e o Sindicato dos Bancários de Brasília na quarta-feira (9), quando foi acertado o encontro da próxima semana.
As entidades sindicais dizem que apresentaram dados sobre demissões e fechamento de postos de trabalho nas duas instituições financeiras.
"De um lado, os bancários perdem seus empregos e, de outro, o governo amplia os gastos com seguro-desemprego. Só os bancos saem ganhando, porque reduzem a folha de pagamento e aumentam ainda mais os seus lucros", diz em nota Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
De acordo com a Contraf, o banco Itaú cortou 7.831 empregos entre janeiro e setembro do ano passado. A entidade diz que no terceiro trimestre de 2012, o número de trabalhadores recuou de 92.517 para 90.427, uma redução de 2.090 vagas em três meses.
A confederação diz ainda que desde abril de 2011 foram fechadas 13.595 vagas.
No caso do Santander, a entidade sindical diz que o banco contratou 14.692 empregados em 2012 e desligou 14.980, um corte de 288 postos de trabalho. O banco fechou o ano com quadro de 51.237 funcionários.
"Desta forma, enquanto a taxa de rotatividade no setor bancário foi de 7,6%, o índice no Santander atingiu 28,8% em 2012", informa em nota.
Outro lado
O Santander informou que ainda não recebeu nenhuma convocação do Ministério do Trabalho. Declarou ainda que "desconhece a metodologia de cálculo utilizada, pois a taxa de rotatividade do seu quadro de funcionários em 2012 foi inferior a 11%". O banco diz que "naturalmente, se convidado, está a disposição para prestar as informações necessárias."
O Itaú foi procurado pela reportagem, mas não se pronunciou até o início da noite.
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