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Trabalho

Governo cobra “juízo” nas obras do PAC

Confira as principais obras do PAC paralisadas |
Confira as principais obras do PAC paralisadas (Foto: )

Brasília - O ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência da República, pediu ontem a empresários e representantes de trabalhadores que "tenham juízo e prudência" para negociar os interesses das empresas e as reivindicações dos empregados nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Conclamei os trabalhadores e patrões a termos juízo, a termos prudência, a sentarmos em uma mesa para conversar", disse Carvalho, no Palácio do Planalto, depois de conduzir reunião com representantes das centrais sindicais, empresários e representantes do setor da construção civil. Segundo ele, a reunião foi "uma verdadeira briga", mas serviu como primeiro contato e produziu o resultado positivo de "colocar as partes para conversar".

"A reunião de hoje [ontem] foi apenas o primeiro palco, houve muita briga. Trabalhadores de um lado e patrão do outro. Mas caminhamos para um processo que parece interessante. Logo após a reunião, a CUT [Central Única dos Trabalhadores] sentou-se com a Odebrecht e com a Camargo Correa para tentar resolver o problema de Jirau e Santo Antônio", informou o ministro.

Comissão tripartite

Por ora, o resultado prático da reunião foi a formação de uma comissão tripartite permanente, formada por governo, patrões e sindicalistas, para discutir violações a direitos trabalhistas nas obras do PAC. A próxima reunião do grupo ocorre na quinta-feira.

Carvalho avaliou que a revolta de operários da usina de Jirau, em Rondônia, ocorreu no momento em que o consórcio construtor tentava antecipar a entrega da obra. Em entrevista após a reunião, Carvalho disse que é preciso reduzir o grau de "tensão" nos empreendimentos do PAC. "De fato, em Jirau, a decisão da empresa de antecipar a entrega da obra provocou uma maior concentração de trabalhadores", disse. "Eu fiz a ponderação de que era o caso de rever o contingente de trabalhadores para diminuir a tensão."

Na entrevista, Carvalho informou que o governo fará um trabalho preventivo para evitar violações a direitos trabalhistas e danos a moradores nas obras da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O secretário-geral da Presidência defendeu um acordo entre governo, sindicalistas e construtoras para evitar violações a direitos de trabalhadores da construção civil no mesmo modelo adotado com os setores da cana-de-açúcar, em 2009, e da laranja, em 1995.

Contra o gato

Os participantes do encontro de ontem concordaram que há, nas obras do PAC, uma atuação de "gatos", pessoas que intermedeiam de forma ilegal a contratação de operários e fazem promessas mirabolantes aos trabalhadores. "Todo mundo falou mal do gato", relatou em entrevista o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical. "Somos absolutamente contra o gato", afirmou em seguida o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, que também participou da reunião.

O encontro no Planalto expôs uma divergência dentro do próprio setor da construção. A Camargo Corrêa ressaltou, nos últimos dias, que o problema em Jirau foi um ato "criminoso" e de "vandalismo" dos trabalhadores. Simão, que representa os empresários da construção, admitiu em entrevista "eventuais problemas" nas relações de trabalho em Jirau e nos canteiros do PAC em Pecém (CE) e Suape (PE).

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