Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Veículos

Governo cogita rever incentivos dados à Volks

O governo do Paraná estuda rever os incentivos fiscais concedidos à Volkswagen para que a empresa se instalasse no estado, na década passada. A medida seria uma resposta ao plano de reestruturação da montadora – que, segundo sindicatos, planeja demitir 5,7 mil funcionários no Brasil. Na fábrica de São José dos Pinhais, o corte deve atingir 1.420 pessoas, ou 34% dos 4,2 mil trabalhadores da unidade.

A ameaça do governo paranaense serve para contrabalançar a influência exercida junto à montadora pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Mais forte e com grande prestígio no governo federal – o presidente Lula e o ministro do Trabalho, Luís Marinho, já o dirigiram –, o sindicato paulista tem mais força para minimizar as baixas na fábrica de São Bernardo do Campo, a maior da Volks no Brasil. Ou seja, existe o risco de que as maiores perdas fiquem para a unidade paranaense, mesmo que ela seja bem mais moderna e produtiva que a do ABC paulista.

"Por enquanto, a revisão dos incentivos é apenas uma possibilidade. Antes de mais nada, vamos aguardar a Volkswagen apresentar suas justificativas", disse o assessor especial do governo estadual e presidente do Conselho de Política Automotiva do Paraná, Mário Lobo. Ele adiantou que a questão mais importante em uma eventual revisão seria a do diferimento da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal incentivo recebido pela Volks no Paraná. Pelo contrato firmado com o governo estadual na gestão de Jaime Lerner, a montadora só pagaria o imposto, retroativamente, a partir de 2015. "Desde que a produção iniciou, em 1999, a montadora deixou de recolher R$ 700 milhões em ICMS", informou Lobo.

O delegado regional do trabalho, Geraldo Seratiuk, que conversou com o governador Roberto Requião na manhã de ontem, sinaliza a possibilidade de uma "repactuação" do contrato firmado entre o estado e a Volks. "Acredito que exista, por parte do governador, a intenção de incluir uma cláusula que exija da empresa a contrapartida de evitar demissões." Jamil Dávila, secretário do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Simec), diz que essa contrapartida foi cobrada pelo então governador de Minas Gerais, Itamar Franco, quando a Mercedes-Benz construiu uma fábrica no estado. "Esse ponto também deveria ter sido incluído no Paraná", disse o sindicalista.

Uma reunião para discutir o assunto está marcada para a próxima segunda-feira, às 10 horas, no Palácio Iguaçu. Serão chamados representantes da montadora, dos trabalhadores, da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e de entidades como a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.