O governo anunciou uma mudança na estratégia de financiamento da dívida externa em 2007 e 2008. A principal forma de honrar esse débito, cujos vencimentos chegam a US$ 14,193 bilhões nos próximos dois anos, será a compra de dólares no mercado interno e não mais a emissão de títulos no exterior. Com isso, o Tesouro Nacional não vai mais divulgar a meta de captação em moeda estrangeira, como ocorria até agora.
O secretário do Tesouro, Carlos Kawall, justificou a mudança explicando que o país tem hoje uma situação externa mais sólida, com um superávit da balança comercial de US$ 45,3 bilhões em 12 meses e reservas internacionais de US$ 70,5 bilhões. Com isso, o governo não precisa mais ir ao mercado externo para captar recursos. Os compromissos serão pagos com a compra de divisas no mercado local ou pela aquisição de reservas do Banco Central (BC).
Kawall disse ainda que medidas como troca e recompra de papéis, além do pagamento dos débitos do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Clube de Paris, reduziram a necessidade de financiamento do governo:
- Temos uma necessidade de financiamento externo muito menor do que a dos anos anteriores. Em segundo lugar, temos uma situação de balanço de pagamentos mais confortável - explicou.
Segundo o Tesouro, as operações realizadas desde 2005 para diminuir a vulnerabilidade externa do Brasil permitiram que o governo reduzisse o impacto de juros e principal da dívida externa mobiliária em 2007 e 2008 de US$ 19 bilhões para US$ 14,6 bilhões. O estoque hoje é de US$ 64,7 bilhões, sendo US$ 50,3 bilhões em títulos e US$ 14,4 bilhões em contratos.
Segundo Kawall, havia uma inconsistência no discurso do governo sobre a gestão da dívida externa: ao mesmo tempo em que recomprava títulos da dívida, o Tesouro falava em fazer mais emissões. Segundo o secretário-adjunto do Tesouro, Paulo Valle, a nova estratégia, no entanto, não significa o fim das captações no exterior. A idéia é ir ao mercado internacional principalmente para melhorar o perfil da dívida.
- Vamos ao mercado externo com um objetivo qualitativo e não com uma visão de financiamento - afirmou Valle, lembrando que haverá prioridade para emissões em reais.
O estrategista-chefe do BNP Paribas, Alexandre Lintz, elogiou a mudança, pois não há motivo para o governo emitir títulos num momento em que as reservas do BC já estão muito elevadas. Ele acha que estas continuarão subindo, pois há excesso de dólares no mercado.
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