O diretor James Cameron, com a atriz Sigourney Weaver (dir): protesto contra a usina| Foto: Evaristo Sa/AFP

O Planalto confirmou a presença dos fundos de pensão nos consórcios que disputarão o leilão para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. O governo recorreu aos fundos Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica) e Petros (Petrobras) para compor os grupos numa resposta às construtoras Odebrecht e Camargo Corrêa, que abandonaram a disputa.No desenho montado pelo governo, os fundos de pensão serão distribuídos de forma equilibrada entre os consórcios, para garantir a concorrência entre todos os grupos. Em queda de braço com a Odebrecht e a Camargo Corrêa, o Planalto ainda espera que as duas empresas participem da construção da hidrelétrica. "Elas saíram como investidoras, mas podem voltar como construtoras", afirmou um auxiliar direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Sem dar detalhes, a fonte disse que já haveria dois consórcios formados para o leilão. Até agora, o único conhecido é o liderado pela Andrade Gutierrez, com a participação da Vale, do grupo Votoran­tim e da Neoenergia.

O governo insiste também na data de 20 de abril para realizar o leilão de Belo Monte. Com a entrada dos fundos de pensão nos consórcios, o Planalto espera manter o preço da construção, cujo teto foi estabelecido em R$ 19 bilhões

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Protesto

Enquanto o governo organiza os consórcios, diversas entidades se mobilizam para evitar o leilão – inclusive protocolando um manifesto contra a usina. Ontem, esse movimento ganhou o apoio de James Cameron, o diretor canadense de Avatar. Ele participou de um ato em Brasília que contou também com a presença dos atores Sigourney Weaver e Joel David Moore. "Vocês podem perguntar o que estou fazendo aqui, mas se assistirem meu filme vocês saberão qual é meu sentimento sobre isso", resumiu o diretor.

Para o diretor, os efeitos da obra serão um verdadeiro "desastre ecológico" e a construção da usina pode ser o primeiro passo para a liberação de outras barragens ao longo do Xingu. "Acabei entendendo que a questão dessa barragem é importante porque ela é talvez um dominó que quando cair derrubará outros dominós", disse Cameron.