| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

O governo confirmou nesta segunda-feira (5) as linhas gerais da proposta de reforma da Previdência. Em pronunciamento feito antes de uma reunião com as lideranças da Câmara dos Deputados e do Senado, o presidente Michel Temer disse que o texto, que será apresentado ao Congresso na terça-feira, estabelecerá uma idade mínima de 65 anos, com regras mais duras para quem possui até 50 anos. Para os trabalhadores acima dessa idade, haverá uma regra de transição.

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Temer, no entanto, não deu muitas informações sobre o texto final. Segundo o presidente, ainda há detalhes a serem fechados. Ele lembrou várias vezes que, sem a reforma, não haverá condições sustentáveis para se manter a Previdência e os benefícios estarão ameaçados para as gerações futuras. “A proposta está sendo formatada e finalizada para que possamos amanhã remeter ao Congresso”, disse Temer, na abertura do encontro.

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Temer defendeu a reforma e disse que é hora de um ajuste previdenciário que encare de “frente” o rombo. “Faremos tudo com um tema espinhoso como esse com muita moderação, equilíbrio, serenidade e paciência”, declarou o presidente, que completou: “Chega de pequenas reformas. Ou enfrentamos de frente o problema ou vamos condenar os nossos próximos a baterem nas portas do poder público e nada poderem receber.”

Veja o que deve mudar com a Reforma da Previdência

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A reforma deve fixar em 65 anos a idade mínima para a aposentadoria tanto pelo INSS quanto para o regime próprio, que engloba os funcionários públicos federais. Mesmo carreiras que hoje contam com regimes especiais de aposentadoria, como policiais, bombeiros e professores, deverão passar a seguir as novas regras. Militares das Forças Armadas, no entanto, estão fora do alcance das medidas.A proposta também define que o trabalhador terá que contribuir por, no mínimo, 25 anos para solicitar a aposentadoria.

Hoje não há uma idade mínima: os trabalhadores podem requerer a aposentadoria após 35 anos (homens) ou 30 anos (mulheres) de contribuição. Há ainda a opção por idade, aos 65 anos para homens e 60 anos para mulheres, com mínimo de 15 anos de contribuição.

O texto deve prever uma regra de transição para quem tem mais de 50 anos – é possível que o texto final venha com uma regra de transição para mulheres e professores a partir de 45 anos, mas essa possibilidade não foi abordada por Temer. Eles poderão se aposentar pelas regras atuais, mas terão que pagar um pedágio de 50% sobre o tempo que faltava para a aposentadoria por contribuição.

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Orçamento

Na reunião com líderes, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, argumentou que o orçamento federal “ruirá” daqui a oito anos se não houver a reforma. Segundo ele, a reforma proposta não é uma opção ou uma alternativa, mas sim uma necessidade inadiável.

“Sem a reforma, o sistema soçobra em 2024. Sem mudar a Previdência, em 2024 o orçamento só pagará saúde, educação, folha de pagamento e Previdência. Não sobraria nenhum recurso discricionário, a manter-se a lógica atual”, afirmou, em reunião com líderes da base aliada do governo no Congresso. “Agora é a hora, porque não temos alternativa. A questão é existirem ou não existirem as contas públicas brasileiras”, completou.

Padilha voltou a dizer que o ajuste fiscal no Brasil é “um corpo de diversas partes”, sendo o Teto do Gasto a primeira delas e a Reforma da Previdência a segunda. “Uma sem a outra não trará o resultado que a economia brasileira precisa. Temos que mostrar que a reforma é o mecanismo para a garantia da manutenção do sistema”, acrescentou.

O ministro ainda argumentou que, ao fazer a reforma, o país seguirá o caminho de outros países que já atualizaram seus modelos previdenciários. Ele lembrou que em 1934, no primeiro regime previdenciário brasileiro, já havia a idade mínima de 65 anos, que foi flexibilizada na década de 1960.

“O Brasil também caminha na direção para tratar de forma igualitária a aposentadoria homens e mulheres. Na questão da pensão, somos os retardatários para nos adaptarmos às regras gerais”, alegou. “A sociedade sabe que, se não reformarmos agora a Previdência, os seus filhos e netos não terão aposentadoria. Então é tema árido, mas temos as condições políticas para fazer (a reforma)”, concluiu.

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