O governo anunciou nesta segunda-feira corte de R$ 1,6 bilhão no Orçamento deste ano. A redução é necessária para o cumprimento da meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Segundo o mais recente relatório de avaliação bimestral, o governo reduziu a estimativa de receitas em quase R$ 300 milhões. Por outro lado, subiu a projeção de despesas primárias obrigatórias.
"A projeção atual do resultado do Regime Geral da Previdência Social indica um incremento de R$ 539,1 milhões no déficit", em relação ao previsto no decreto de julho, apontou o ministério em nota.
"Ressalte-se ainda que o reajuste dos demais benefícios passou de 5% para 5,01%", acrescentou o governo, referindo-se à discreta mudança no percentual de reajuste para aposentados e pensionistas que ganham acima de um salário mínimo.
No relatório, o governo também revisou os parâmetros usados na projeção das despesas e receitas. A perspectiva para o crescimento passou de 4,5% para 4,0% - número que já vinha sendo citado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para este ano.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a estimativa recuou de 3,69% para 3,27%. Ainda assim, o prognóstico está acima do considerado pelo mercado, que é de 3,03%.
O novo Relatório de Avaliação foi encaminhado ao Congresso Nacional, aos Poderes Legislativo e Judiciário e ao Ministério Público da União na última sexta-feira.