As determinações feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) costumam ser prontamente atendidas pelos agentes do setor de energia. Mas estão longe de ter a mesmo aceitação pelo governo quando o assunto é a expansão e o reforço das linhas de transmissão do país.
Dados do próprio ONS, responsável pela segurança energética nacional, apontam que o governo tem deixado de executar mais de um terço das obras indicadas pelo operador como prioritárias para garantir o abastecimento do país.
No chamado Plano de Ampliações e Reforços (PER), elaborado todos os anos, o ONS aponta quais são os projetos de linhas de transmissão e de subestações de energia que precisam ser contratados para afastar o país de panes graves e riscos de apagão.
O planejamento concluído no fim do ano passado aponta que 104 dos 310 projetos previstos para sair do papel entre 2015 e 2017 são resultado de pedidos anteriores, ou seja, voltaram a ser cobrados pelo ONS simplesmente porque o governo não os contratou.
Esses projetos representam 34% do total dos empreendimentos. A relação de ações necessárias para dar segurança técnica à distribuição de energia inclui 147 instalações novas de linhas e subestações, além de outras 163 medidas de reforço.
Sem previsão
O ONS estima que seria necessário investir R$ 13,8 bilhões nessas obras. Ocorre que a maior parte dos pedidos não tem previsão de licitação. Dos 45 mil km de novas linhas de transmissão previstas até 2017, 10,2 mil quilômetros ainda não tinham estimativa de concessão até o fim do ano passado.
A maior parte dessa malha nova está planejada justamente para as Regiões Sudeste/Centro-Oeste (38% do total). A região concentra a maior parcela do consumo energético do País e demanda medidas de reforço.
Os projetos apontados como necessários pelo operador têm papel crucial na proteção do Sistema Interligado Nacional (SIN), uma rede que chega a cerca de 110 mil km de linha de transmissão e conecta todos os Estados do País, à exceção de Roraima.
A principal vantagem dessa integração é permitir ao ONS o envio de energia para diversas regiões do País, independentemente de onde e por qual usina ela seja gerada. Por outro lado, aumenta o desafio de manter toda essa rede em funcionamento.
Petrobras
A estatal vai ampliar geração de cinco usinas térmicas para ampliar a capacidade de geração do país. Trata-se de empreendimentos que estão em operação, mas tiveram parte de sua capacidade de geração cortada por questões de manutenção ou restrições operacionais.
A Petrobras informou que serão acionadas as térmicas Baixada Fluminense (RJ), Fernando Gasparian (SP), Sepé Tiaraju (RJ), Luis Carlos Prestes (MS) e Governador Leonel Brizola (RJ). Essas usinas devem retomar suas operações plenas até o dia 18 de fevereiro, segundo informou na terça-feira, 20, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. A geração adicional a partir desta data será 867 megawatts (MW).
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