Automóveis
Vendas caem 7,6% no 1.º semestre e montadoras reveem projeções
Agência estado
A indústria automobilística teve o pior semestre em vendas desde 2010. Foram licenciados 1,662 milhão de veículos, incluindo caminhões e ônibus. Há quatro anos, o resultado acumulado no primeiro semestre tinha ficado em 1,579 milhão de unidades. Em relação à primeira metade de 2013, há uma queda de 7,6% nos negócios.
O resultado só não foi pior porque as montadoras intensificaram as vendas a frotistas. Em junho, mais de 30% das entregas de automóveis novos foram para empresas. A participação do consumidor pessoa física ficou abaixo de 70%.
Apesar da participação maior dos frotistas nos negócios, os estoques ainda são elevados. No fim de maio, montadoras e revendedores tinham 400 mil carros nos pátios, o equivalente a 41 dias de vendas. O setor já projeta uma queda de cerca de 5% nas vendas em 2014.
O governo deixará de arrecadar R$ 962 milhões no segundo semestre com a decisão de prorrogar até o fim deste ano descontos de imposto ao setor industrial. O IPI para veículos, que deveria voltar ontem para sua alíquota cheia (entre 4% e 13%, dependendo do modelo), continuará entre 3% e 10%. No caso dos móveis, fica entre 4% e 12%, em vez de voltar a valer de 5% a 15%. A prorrogação do benefício aos dois setores é uma tentativa de impulsionar a atividade econômica e debelar o pessimismo entre os empresários.
O anúncio, feito segunda-feira, ocorreu no mesmo dia em que o Banco Central informou que BC, União, estados, municípios e empresas estatais registraram déficit primário de R$ 11,05 bilhões em maio. O déficit reduziu a economia do setor público para pagar os juros da dívida ao menor nível desde que o PT chegou ao poder. Nos cincos primeiros meses de 2014, essa economia foi de R$ 31,5 bilhões (1,5% do PIB), queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
O objetivo da prorrogação do IPI reduzido é reverter o resultado das vendas no primeiro semestre, "fraco", nas palavras do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Temos que tomar medidas para viabilizar um segundo semestre melhor", disse.
As medidas chegam em um momento em que a indústria e a atividade dão sinais negativos. A produção nas fábricas recuou 1,2% entre janeiro e maio, e a confiança do empresário caiu, em junho, pelo sexto mês seguido. Segundo o Ministério do Trabalho, o setor cortou 28 mil vagas formais em todo o país em maio.
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