Em vez de acelerar no último ano do mandato, como costuma ocorrer com programas de investimentos, os desembolsos da segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) recuaram em 2014, segundo projeção apresentada ontem pelo Ministério do Planejamento. De acordo com o balanço, o investimento previsto para 2014 é de R$ 292,7 bilhões. No ano passado, o valor foi de R$ 301 bilhões e em 2012 de R$ 268 bilhões.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que um dos motivos da queda foi o encerramento de um conjunto de grandes obras entre 2013 e 2014, como o trecho entre Palmas (TO) e Anápolis (GO) da ferrovia Norte-Sul e a refinaria de Abreu e Lima (PE), sem que novas obras de grande orçamento tenham deslanchado. "É uma variação pequena (-2,8%) em função desses grandes investimentos que se encerraram e até começar novos, por exemplo, o segundo trecho da Ferrovia Oeste-Leste".
Trem-bala
No balanço, o governo adotou uma meta para retomar a implantação do Trem de Alta Velocidade (TAV). A ideia é publicar a licitação para contratação de um novo estudo de viabilidade até abril. O projeto do trem-bala que ligará Campinas (SP) ao Rio, passando por São Paulo, está suspenso desde 12 de agosto de 2013, quando o leilão foi adiado. De lá para cá, a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) vinha desenvolvendo estudos de engenharia para o projeto, estimado em R$ 33,2 bilhões.
O governo também reconheceu o adiamento em um ano do cronograma de instalação da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, com orçamento de R$ 18,1 bilhões, que é alvo de críticas dos indígenas, já que afeta terras do povo munduruku, no Pará. A data de conclusão da construção e entrada em operação de 8040 Megawatts foi de dezembro de 2018 para dezembro de 2019.
PAC 3
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que será substituída por Nelson Barbosa, voltou a sinalizar a elaboração de um PAC 3, que, segundo ela, será lançado em "momento próprio". "Ele certamente incorporará outra área a que a presidente deu bastante ênfase para o próximo mandato, que é a questão de banda larga", informou a ministra.