O governo deve promover nos próximos dias mudanças na cúpula do Banco do Brasil e da Previ, para tentar por fim à disputa pública envolvendo os presidentes das duas instituições, disseram fontes do governo, do PT e do banco estatal.
Segundo essas pessoas familiarizadas com o assunto, os executivos apontados como pivôs da crise - o vice-presidente de governo do BB, Ricardo Oliveira, e o presidente do fundo de pensão dos funcionários do banco, Ricardo Flores, já foram comunicados que serão demitidos.
Uma fonte do PT disse que Flores foi comunicado nesta sexta-feira (11) que deixará o comando do fundo de pensão. Porém, esse interlocutor não sabia quem seria o substituto. Já uma fonte do banco confirmou que Oliveira também foi avisado pelo governo da decisão.
Segundo as fontes, que pediram anonimato, as trocas não poderiam ser feita antes porque atrapalhariam os esforços do governo de usar os bancos estatais para forçar a queda dos spreads bancários.
Desde o mês passado, BB e Caixa Econômica Federal anunciaram uma série de cortes de juros em várias linhas de financiamento para pessoas físicas e empresas, movimento que tem sido parcialmente seguido pelos bancos privados.
O governo retardou as mudanças também para esperar os resultados da intervenção do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no começo do ano, na briga entre os membros da cúpula das duas instituições. O Planalto considerou, entretanto, que a disputa não havia sido encerrada de maneira satisfatória.
Por conta da briga ainda latente, a disposição do governo é fazer trocas simultâneas logo e nas duas instituições. Na avaliação de uma das fontes, fazer trocas apenas em um dos postos "seria tomar partido de um dos lados".
Para outra fonte, o presidente do BB, Aldemir Bendine, será mantido no cargo.
Segundo uma das fontes, a presidente Dilma convidou o ex-senador pelo PR César Borges para assumir o lugar de Oliveira. O convite havia sido feito ao partido em março, em uma proposta em que o PR recebesse dois cargos de comando em estatais e abrisse mão de recuperar o comando do Ministério dos Transportes. À época, o partido rejeitou a proposta.
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