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Agronegócio

Governo do estado quer custear seguro dos produtores de soja convencional

O governo do estado estuda assumir todo o gasto do seguro pago por produtores da agricultura familiar e subsidiar metade do gasto das outras linhas de seguro sobre a produção de soja convencional. A cana-de-açúcar, cuja ocupação cresce cerca de 20% a cada safra, deve ser motivo de um zoneamento de terras, de forma a evitar a concentração nas mãos de um mesmo proprietário.

O secretário de estado da Agricultura, Valter Bianchini, diz que em 15 dias haverá uma posição mais definida sobre os subsídios. Ainda não foi definido um orçamento, nem se outras culturas serão contempladas – além da soja convencional, a agricultura orgânica é forte candidata.

O subsídio deve envolver as três linhas de financiamento existentes. No caso da Proagro Mais, que atende aos agricultores familiares e cobra prêmio de 2% sobre o valor da produção, o governo do Paraná poderá subsidiar todo o gasto do produtor. "Daremos ênfase maior à agricultura familiar", explica. Já na linha Proagro, que tem alíquotas de 2% a 4%, e no seguro privado, o governo pode vir a subsidiar metade do gasto do produtor – que já é subsidiado parcialmente pelo governo federal.

"Todo apoio é importante", diz Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), em coro com a Organização das Cooperativas (Ocepar). Ele sugere que o subsídio seja concedido por meio do sistema cooperativista, que tem grande capilaridade. "Mas o maior incentivo é o preço conseguido na hora da venda. Se o produtor ganha quase a mesma coisa pela soja convencional e pela transgênica, não compensa trocar o plantio", avalia.

O zoneamento das terras do estado para "disciplinar" o cultivo da cana e evitar que ela se torne monocultura, anunciado pelo governador à imprensa, ainda não foi solicitado à Secretaria de Agricultura. "A cana preocupa em termos de concentração, mas por enquanto as novas áreas que ela ocupou foram pastagens e pequenas áreas de soja", diz o coordenador da área sucroalcooleira do Departamento de Economia Rural do governo do estado, Disonei Zampieri.

Para Ágide Meneghette, da Faep, a possibilidade de monocultura é remota porque o plantio da cana só é recomendado acima do paralelo 24, onde a geada deixa de ser problema – área que representa cerca de 50% das terras agricultáveis do estado.

O superintendente da Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), José Adriano Dias, considera a hipótese impossível. "Mesmo a região de Ribeirão Preto, maior produtora de cana do país, também produz muito grão. O plantio da cana recomenda o rodízio de culturas", diz.

O governador diz temer que a cultura da cana seja dominada por estrangeiros. O superintendente da Alcopar diz que, apesar de ser procurado todas as semanas por investidores ou pesquisadores estrangeiros – a próxima comitiva chega da Alemanha no dia 23 –, há regiões no país onde produzir cana é mais barato. "Não creio que muitos grupos grandes viriam investir aqui", diz.

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