As ações da Refinaria de Manguinhos - a única unidade privada de refino do País - foram retiradas de negociação nesta segunda-feira (15) na BMF&Bovespa e a suspensão deve ser mantida nesta terça-feira (16), a pedido da empresa, que teme a despencada na cotação das ações depois que o governador do Rio, Sérgio Cabral, anunciou que vai desapropriar o terreno de 600 mil metros quadrados para construir casas para a população das favelas ocupadas domingo (15) pela polícia.
O governo estadual deve publicar nesta terça o decreto de desapropriação. Cabral reiterou a decisão ontem, em nota na qual destaca ações judiciais de cobrança de impostos que o Estado move contra a refinaria no valor de R$ 406 milhões e multas de R$ 130 milhões.
"A Refinaria de Manguinhos já há muito tempo não funciona de fato como refinaria, mas sim como uma grande distribuidora de combustíveis, tanto derivados de petróleo, quanto etanol", diz a nota.
O presidente da refinaria, Paulo Henrique Menezes, se disse surpreendido pela decisão do governador, que chegou a citar a cifra de R$ 200 milhões ao anunciar a desapropriação. A empresa e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não foram oficialmente comunicadas sobre a desapropriação. Menezes passou o dia de ontem tentando agendar uma audiência com Cabral, sem sucesso. "Hoje é um dia meio morto", amenizou Menezes, referindo-se ao feriado parcial da segunda-feira.
Apesar do confronto assumido pelo governo, Menezes tenta manter o tom de conciliação, fala em investimentos de R$ 1,4 bilhão em três anos e na manutenção de mais de mil empregos. O executivo evita falar em medidas judiciais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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