Uma força-tarefa que envolveu executivos do Banco Espírito Santo (BES), o banco central de Portugal e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, acalmou ontem os mercados a respeito do risco de insolvência da instituição financeira. Eles garantiram que o BES tem capital para suportar possíveis perdas provocadas pela crise atravessada por seu controlador, o Grupo Espírito Santo.
A crise no BES vinha crescendo desde que o Grupo Espírito Santo anunciou que passaria por uma reestruturação por causa de problemas financeiros. O grupo tem negócios em diversas áreas, incluindo hotéis, fazendas, empresas de energia, controla o BES e tem participação na Portugal Telecom (PT). O problema é que há investimentos cruzados entre os negócios tanto o BES quanto a PT emprestaram a empresas do grupo e podem ter perdas milionárias.
O destino do grupo interessa bastante ao Brasil porque a Portugal Telecom está em um processo de fusão com a empresa de telefonia Oi. Perdas da PT poderiam afetar o negócio. Na quinta-feira, as ações da Oi caíram 14%, recuperando-se no pregão de ontem, quando subiram 13,4%.
Dúvidas
Apesar de o BC português ter avaliado que o BES, maior banco de Portugal, tem reservas para continuar operando, o mercado ainda não tem informações completas a respeito da complexa relação entre as empresas do grupo. Estima-se que o empréstimo feito pelo BES tenha sido de 2 bilhões de euros. A PT teria repassado quase 900 milhões de euros. O BES divulgou ontem que tinha 2,1 bilhões de euros em capital acima dos requisitos mínimos.