
"É preciso melhorar a qualidade", diz ministro
Folhapress
Após anunciar números recorde da balança comercial, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) afirmou que é preciso melhorar a qualidade dos produtos exportados. Ele ressaltou que medidas tributárias, fiscais e de financiamento devem ser anunciadas neste mês para incentivar a exportação de produtos industrializados.
"Estamos praticamente na fase final da política de desenvolvimento produtivo e, na verdade, vamos mudar o foco para ser uma política de desenvolvimento da competitividade", explicou o ministro.
Segundo ele, a importância de incentivar a exportação de manufaturados é aumentar a geração de empregos no Brasil. Apesar de reconhecer que o real valorizado não ajuda as exportações brasileiras, ele disse que os números anunciados hoje mostram que a taxa de câmbio não inviabiliza a economia.
Embora as importações de produtos industrializados estejam crescendo a um ritmo maior do que as exportações desses produtos, o secretário executivo do Ministério, Alessandro Teixeira, negou que haja um processo de desindustrialização no Brasil.
De acordo com ele, há aumento de produção e produtividade da indústria. "Alguns setores enfrentam problemas, mas isso não pode ser generalizado", afirmou. Teixeira explicou que "o aumento das importações decorre de um aumento do consumo interno, e não de uma substituição do produto nacional pelo estrangeiro".
Os números recordes apresentados pela balança comercial, tanto em abril quanto no primeiro quadrimestre deste ano, motivaram a elevação da projeção do governo para as exportações brasileiras este ano, para US$ 245 bilhões. A nova meta foi anunciada ontem pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, e supera em 7,5% a meta anterior, de US$ 228 bilhões.De acordo com o MDIC, a média diária das exportações em abril, de US$ 1,062 bilhão, foi recorde. Do lado das importações, tanto o volume total quanto a média diária foram os maiores já registrados, ficando em US$ 18,3 bilhões e US$ 964 milhões, respectivamente.
No acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, tanto as exportações (US$ 71,4 bilhões) quanto as importações (US$ 66,4 bilhões) alcançaram recordes históricos. "Os dados demonstram a pujança do comércio exterior, tanto em abril quanto no primeiro quadrimestre do ano", disse a secretária de Comércio Exterior do Ministério, Tatiana Lacerda Prazeres, que também estava presente na entrevista coletiva para comentar os dados.
Marcelo Carvalho, economista do BNP Paribas para a América Latina, salienta que é importante fazer a distinção entre volume e preços na balança comercial. Em volume, o desempenho está de lado, em particular os manufaturados não têm mostrado um desempenho muito favorável. Mas em preços, avalia Carvalho, "há um desempenho espetacular". Carvalho projeta superávit comercial de US$ 24 bilhões neste ano, acima dos US$ 20,3 bilhões registrados no ano passado.
Importação
Um dos pontos que chamam atenção nos dados divulgados ontem é o aumento de 47,2% da média diária das importações de bens de consumo em abril na comparação com igual mês do ano passado, superior ao aumento de 38,9% da média diária das importações de forma geral. "O governo tem feito um monitoramento diário das importações de bens de consumo", disse o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira.
O avanço de 38,8% da média diária das importações de bens de capital, segundo ele, resulta de um processo de modernização das empresas. "Nem todos os bens de capital nós fabricamos aqui", lembrou Teixeira. "Temos tido aumento da produção e da produtividade."
As importações de petróleo e derivados, por sua vez, aumentaram 25% no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com igual período do ano passado. Segundo o secretário, esse crescimento resultou do aumento da demanda, gerado pelos setores que produzem combustível.
Básicos
A média diária das exportações de produtos básicos cresceu 54,8% em abril deste ano em comparação com igual período do ano passado, muito acima do avanço de 25,4% das exportações de industrializados e do de 40,1% da soma das exportações.
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