O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu “investimentos em exploração e produção” de petróleo no país.| Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil.
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O governo federal estima arrecadar R$ 17 bilhões em 2025 com o leilão de petróleo do pré-sal realizado nesta quarta-feira (31), na B3, em São Paulo. A Pré-Sal Petróleo (PPSA) vendeu 37,5 milhões de barris de petróleo, divididos em quatro lotes, para a Petrobras (2 lotes) e para as empresas chinesas Cnooc e PetroChina (1 lote cada).

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“O 4º Leilão de Petróleo da União teve recorde de participação de empresas habilitadas, recorde de empresas ofertantes e recorde de potencial de arrecadação para os cofres públicos: a estimativa é de R$ 17 bilhões – R$ 2 bilhões a mais do que o previsto inicialmente – em apenas doze meses, a partir de abril de 2025”, disse a PPSA, em nota.

Três lotes de barris vieram do Campo de Mero e um do Campo de Búzios. As empresas vencedoras ofertaram o menor desconto no valor cheio do barril de petróleo tipo brent comercializando nesta quarta (31). Os descontos ficaram entre US$ 1,35 e US$ 1,85.

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“É um resultado excelente. O preço ofertado é muito superior ao dos contratos vigentes. Trabalhamos bastante no aperfeiçoamento do edital e na dinâmica do leilão para maximizar os resultados para a sociedade brasileira e cumprimos o nosso papel”, disse Tabita Loureiro, presidente interina da PPSA.

Silveira comemora leilão e defende produção nacional de petróleo

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a necessidade de “garantir mais produção e capacidade nacional de petróleo para reduzir a dependência de importações”. Silveira reforçou que o leilão pode impactar na atração de investimentos e na redução da conta de luz para os consumidores.

Ele ressaltou que o Brasil possui as maiores reservas ultraprofundas recuperáveis de petróleo do planeta e a melhor pluralidade energética mundial.

“A exploração de novos recursos em óleo e gás pode gerar investimentos de cerca de R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050. Mas, se interrompermos os investimentos em exploração e produção, poderemos perder até R$ 4 trilhões em arrecadação nesse horizonte", disse o ministro.

"E não dá para excluir os recursos do petróleo da equação que financia a transição energética”, acrescentou. A declaração ocorre em meio ao impasse dentro do governo Lula sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, que opõe Silveira e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

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A busca de petróleo na região, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte, depende da autorização do Ibama. A Petrobras estima que a área, considerada o novo “pré-sal”, tem potencial para gerar 5,6 bilhões de barris de petróleo.

Já o Ministério de Minas e Energia acredita que a Margem Equatorial brasileira possa ter tanto petróleo quanto Guiana e Suriname, ou até mais, ultrapassando a casa dos 13 bilhões de barris.

Lula disse que governo vai explorar Margem Equatorial

Em junho, o presidente Lula (PT) afirmou que o governo vai explorar petróleo na região. Ele destacou que a Margem Equatorial fica a uma “distância enorme” da foz do Amazonas.

"Nós vamos explorar a Margem Equatorial. Não há razão de Suriname, Guiana e Venezuela estarem encostados [na margem] e o Brasil não se certificar – por enquanto não é explorar – se tem e qual a quantidade de riqueza lá embaixo. Se tiver mesmo [petróleo], a nossa Petrobras tem a maior competência para explorar em águas profundas", disse Lula em entrevista à rádio Mirante News, de São Luís (MA), no dia 21 de junho deste ano.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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