Diante do risco de rebaixamento da nota de crédito do país, o governo prepara operação de venda de ativos da carteira do Banco Nacional Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para reduzir o valor do repasse que o Tesouro Nacional fará ao banco neste ano, segundo reportagem publicada nesta terça-feira no jornal "Valor Econômico".

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A equipe econômica também estuda reformular o papel do banco e reduzir seu peso na economia. Nesse novo desenho, aponta a publicação, o BNDES atuará no que Brasília chama de "novo ciclo de investimento" do país: a expansão da infraestrutura.

Os ativos da BNDESPar - que entrariam na negociação - representam 20% do ativo total do banco e responderam em média, nos últimos seis anos, por 50% do seu lucro.

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A agenda de encolhimento do BNDES envolve a redução de aportes do Tesouro, a venda de ativos do banco para reduzir a necessidade desses repasses, a reestruturação de carteiras da instituição e a diminuição ou até eliminação da oferta de capital de giro puro (quando não associado a projetos de investimento de longo prazo).

"Temos uma agenda e a ideia é deixar o mercado respirar mais", disse uma fonte. "O governo quer que o BNDES cumpra mais a função de um banco de investimento de infraestrutura, em vez de fazer 'corporate' e capital giro", explicou um assessor ao jornal.

Porém, de acordo com o Valor, há quem alegue que a proposta de diminuição do papel do banco ainda não chegou à sua sede, no Rio de Janeiro. Segundo esta fonte, a instituição considera que, como o mercado acionário está "muito ruim", vender ativos neste momento apenas pioraria a situação da bolsa.

Em nota, o BNDES desmente a reportagem e afirma que não cogita venda maciça de sua carteira de ações e nega que o assunto esteja em debate no governo, mas que tem colocado á venda apenas ações como faz rotineiramente, para ter giro em sua carteira e manter o mercado estável. E a nota ainda que o banco está, rotineiramente, reduzindo suas necessidades de aportes de recursos do Tesouro.

"Seguindo a orientação do governo, o BNDES já vem reduzindo nos últimos anos as suas necessidades de funding por parte do Tesouro Nacional. No momento, o Banco está estudando novas iniciativas para reduzir ainda mais essa necessidade. Dentre as medidas encontram-se a revisão do BNDES PSI, ajustes de sua política operacional, maior utilização de recursos captados no mercado e criação de novos produtos financeiros que incentivem a maior participação do mercado de capitais e dos bancos privados no financiamento de longo prazo", diz a nota.

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