Depois de ouvir a Camargo Corrêa e avaliar as informações do Ministério das Minas e Energia e dos relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Planalto decidiu mobilizar um contingente da Força Nacional e da Policia Federal para assumir o controle dos canteiros da construtora na usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. A presidente da República, Dilma Rousseff, acompanha a situação e pediu que a retirada e acomodação dos trabalhadores fossem feitas com segurança.
Usando pelo menos 300 ônibus, a construtora retirou para a capital, Porto Velho, seus 19 mil trabalhadores dos canteiros nas duas margens do Rio Madeira, paralisou tudo e não tem prazo para a retomada das obras. Ao todo, a empresa tem 22 mil trabalhadores envolvidos na construção da usina, uma da maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que forma o complexo hidrelétrico do Madeira junto com a usina de Santo Antônio. Área de construção de usina hidrelétrica vem sendo palco de protestos violentos. Dezenas ded ônibus foram depredados e alojamentos incendiados.
Roberto Silva, gerente de Relações Sindicais e Trabalhistas da Camargo Corrêa, admitiu ao Estado que "a cidade não comporta tanta gente" e que a solução foi pagar transporte terrestre e aéreo para os trabalhadores que pedem para voltar ao estados de origem. A empresa estava usando prédios do Sesc e do Sesi para acomodar algumas centenas de operários.
Na quinta-feira (17), a direção do consórcio da usina, o grupo Energia Sustentável do Brasil (ESBR), e o ministério decidiram que a primeira providência, depois do controle na área de segurança, é começar a reerguer os refeitórios e os alojamentos, o que viabilizaria o retorno paulatino dos trabalhadores aos canteiros. Nesta sexta, o governo estadual e a empresa devem divulgar medidas para provar que têm o controle da área, tanto assim reverter os pedidos de demissão que muitos trabalhadores estão fazendo.
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