A equipe econômica estuda a viabilidade de fazer uma venda em leilão da resseguradora IRB Brasil Re em substituição à proposta inicial de realizar uma oferta pública de ações (IPO), na bolsa. A operação de abertura de capital da maior resseguradora do País estava prevista para ser realizada no ano passado, mas foi suspensa por falta de condições favoráveis do mercado em meio ao agravamento da crise econômica. Agora, o governo avalia mudar a modelagem.
O Ministério da Fazenda está conversando com os sócios privados do IRB para tentar fazer um leilão na bolsa de valores para alienação da resseguradora no segundo semestre. O governo tem recebido sinalizações importantes de grandes empresas resseguradoras internacionais interessadas na compra do IRB.
A União é sócia majoritária do IRB. Ao lado do governo, fazem parte da composição acionária da empresa a BB Seguros Participações, a Bradesco Auto Re Companhia de Seguros, a Itaú Seguros, a Itaú Vida e Previdência e o Fundo de Investimento em Participações Caixa Barcelona.
Mudança de planos
O pedido de interrupção da oferta de ações foi protocolado em novembro do ano passado, pouco depois da suspensão da operação da Caixa Seguridade, que também teria o capital aberto. As duas operações foram incluídas na previsão de receitas extraordinárias do Orçamento deste ano. A expectativa é que possam reforçar o caixa do governo e ajudar a diminuir o rombo das contas públicas esperado para 2016.
A expectativa inicial era de que os dois IPOs movimentassem em torno de R$ 13 bilhões, cifra que foi sendo significativamente jogada para baixo com o agravamento da situação econômica ao longo do ano.
Segundo um integrante da equipe econômica, uma nova modelagem por meio de uma alienação das ações do IRB poderá ser uma operação mais rápida.
A transferência de parte do IRB para o setor privado é um projeto antigo do governo. Em outubro de 2013, o conselho da resseguradora aprovou a abertura de capital, com prazo de implementação em cinco anos. A medida, porém, ficou em banho-maria ao longo de 2014.
Em meados do ano passado, pressionado pela queda da arrecadação, o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retomou a ideia.
O IPO da resseguradora foi programado para o início de outubro e a estimativa, à época, era que ele movimentaria R$ 4 bilhões. A transação resultaria no recolhimento de cerca de R$ 1,8 bilhão em tributos, o que reforçaria o caixa federal.
Porém, o agravamento da crise política criou um ambiente adverso para o negócio, com uma forte queda no valor estimado dos papéis. Por isso, o plano foi novamente posto em espera.
Em 2015, o IRB registrou o maior lucro líquido de sua história: R$ 764 milhões, quase o dobro do obtido em 2014. O volume de prêmios cresceu 35%, com um total de RS$ 4,3 bilhões de prêmios emitidos ano passado.
O IRB foi fundado em 1939 e por 70 anos teve o monopólio do mercado.