O governo grego, dirigido pelo conservador Antonis Samaras, estuda emitir um decreto de mobilização forçada para acabar com a greve de marinheiros, que nesta segunda-feira entra em seu quinto dia, para evitar um eventual desabastecimento das ilhas, informou hoje o jornal "Kathimerini".
Na última quinta-feira, os marinheiros iniciaram a greve em protesto contra as condições do setor e as reformas que o governo planeja fazer - que os sindicatos do ramo acreditam que provocarão a perda de vários postos de trabalho - e renovaram a paralisação a cada dois dias.
Por enquanto, os trabalhadores do setor marítimo concordaram continuar sua greve até a próxima quarta-feira, quando decidirão se a renovam.
No domingo, o ministro de Marina Mercante, Kostis Musurulis, afirmou que o Executivo ainda não havia decidido sobre o decreto de mobilização forçosa - que obriga os grevistas a voltar ao trabalho ou enfrentar penas de até três meses de prisão - e disse que não havia motivo para aplicá-lo "quando as partes mantiverem o diálogo".
No entanto, avisou que o governo "não pode tapar os ouvidos para as vozes de angústia dos cidadãos".
A Grécia possui milhares de ilhas e ilhotas, das quais mais de 200 são habitadas e dependem do tráfego marítimo para seu abastecimento.
Além disso, a região da capital Atenas depende em grande medida da produção agrícola da ilha de Creta.
Há duas semanas, Samaras ordenou a mobilização forçosa dos trabalhadores do metrô de Atenas para acabar com uma greve de nove dias, e na semana passada ameaçou fazer o mesmo com a greve de ônibus, mas neste caso foi a assembleia de trabalhadores que decidiu suspender o protesto e realizatr outro tipo de interrupção.
Os trabalhadores do setor marítimo exigem os pagamentos atrasados das companhias, além da negociação de um novo convênio coletivo perante o vencimento do atual.
Também se opõem à redução do número de trabalhadores portuários cedidos à tripulação e pedem o fim da permisividade de marinheiros sem contrato.
Segundo o "Kathimerini", o partido social-democrata Pasok - membro do governo Samaras - também é contra as novas regulações que o Executivo planeja introduzir.