O governo mantém o discurso de que só aceitará um reajuste de 6,14% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião com representantes da área econômica para discutir o tema e, após o encontro, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que, como não houve acordo na Câmara, o governo vai insistir no aumento inferior ao proposto pelos líderes do Senado. "O governo reafirma os 6,14%", frisou o ministro de Relações Institucionais.

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No Congresso, a posição do governo ainda não convenceu. O presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), está confiante de que o governo vai ceder e acatar o aumento de 7,71%, já acordado entre Câmara e Senado, para impedir desgaste político em um ano eleitoral. "É mais barato para o governo aceitar o acordo já firmado entre os líderes da Câmara e do Senado e aguardar com mais tranquilidade as eleições", afirmou Paulinho. O deputado vai entrar com um requerimento na Câmara para assegurar a apreciação do reajuste de 7,71% para os aposentados ainda na terça-feira, dia 27.

Nas últimas semanas, o governo sustentava que o reajuste poderia chegar a 7%. Hoje, no entanto, Padilha descartou a possibilidade de conceder aumentos escalonados até 7,71%. Para ele, uma medida como essa poderia provocar uma onda de ações judiciais contra o governo devido ao tratamento diferenciado. Pela proposta do líder na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os valores de aposentadorias de um até três salários mínimos receberiam reajuste de 7,71%. Já as pessoas com um benefício maior ficariam com o índice de 6,14%.

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Padilha disse que na reunião com Lula não se discutiu a possibilidade de veto do presidente e descartou que haja qualquer relação com o ano eleitoral. Ele lembrou que, em 2006, também um ano eleitoral, Lula vetou reajuste superior ao que o governo teria condições de suportar. "O Brasil é o único país do mundo que garante aumento real para o aposentado este ano, sobretudo depois da saída da crise internacional. Não é a primeira vez que o presidente pode vir a vetar coisas aprovadas pelo Congresso naquilo que comprometa a responsabilidade fiscal do país", afirmou Padilha.