A segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) investiu 56,3% do total previsto para o período de 2011 a 2014. Entre as obras concluídas e os recursos executados, foram desembolsados R$ 557,4 bilhões até abril de 2013, de acordo com o sétimo balanço de acompanhamento do programa divulgado pelo Ministério do Planejamento, ontem. Até o final de 2014, o governo federal pretende desembolsar outros R$ 989 bilhões.
Entre as obras concluídas e que estão em operação ou prontas para inauguração, foram investidos R$ 388,7 milhões, ou 54,9% do que o governo federal pretende que esteja pronto até 2014. Somente nos últimos quatro meses do levantamento, R$ 60 bilhões em obras foram entregues.
Com as obras neste ritmo, o governo diminuiu levemente a parcela de obras em estado de atenção ou preocupante. Enquanto no final do ano passado 13% das ações estavam sob o sinal de alerta, atualmente o governo admite que 12% estejam atrasadas. De acordo com a avaliação do Ministério do Planejamento, 9% estão em estado de atenção e 3% estão em estágio preocupante. Nenhuma destas obras está no Paraná.
A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que a execução das obras de infraestrutura está concentrada no segundo semestre do ano, o que deve acelerar os índices. "Toda a Região Norte, por exemplo, não faz obras no primeiro semestre. É impossível por causa das chuvas e do clima naquela região", justificou.
Setores
O programa é dividido em seis eixos: urbanização, fornecimento de água e eletrificação, moradia, transportes, energia e cidadania.
O financiamento habitacional, puxado pelo Minha Casa, Minha Vida, continua sendo o maior destino dos recursos do PAC 2. Dos R$ 557,4 bilhões, R$ 178 bilhões correspondem ao financiamento habitacional, tendo sido executados por empresas estatais R$ 152,2 bilhões, R$ 113,9 bilhões pelo setor privado. O programa alcançou 1,2 milhão de moradias até abril de 2013, mais de 1,5 milhão de unidades foram contratadas, e até o fim de 2014 serão 2,4 milhões de casas e apartamentos contratados em todo o Brasil.
O eixo de transportes continua sendo aquele que mais preocupa pelo ritmo lento das ações. Levando em conta a quantidade de empreendimentos, 21% estão em situação alarmante ou de atenção. No levantamento de dezembro de 2012, o índice de obras atrasadas era de 26%.
Somente 20% das obras em todo o país neste setor já foram entregues. "É um problema histórico. Pouco se fez no passado e é natural que esse continue sendo o setor com mais dificuldade na execução das obras", afirma Sebastião Almagro, membro do conselho de infraestrutura e logística da MV Consultoria.
Nos outros setores, o ritmo está mais acelerado. As obras do eixo de energia são as que estão em melhores condições, com 98% delas concluídas ou em estágio considerado adequado.