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O governo federal decidiu lançar as primeiras medidas de economia de eletricidade, em meio a um quadro de maior risco de racionamento no Brasil.
A primeira medida, segundo o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, abrange a administração pública, com a determinação para que todos os prédios públicos federais economizem energia e água. A decisão constará de portaria a ser editada ainda nesta quarta-feira (11) pelo Ministério do Planejamento.
Segundo Braga, que participou nesta quarta de reunião com a presidente Dilma Rousseff, o objetivo é economizar até 30% de energia nos prédios públicos federais com as medidas de eficiência e consumo racional a serem implantadas.
O ministro, porém, afirmou que o governo decidiu não prorrogar a vigência do horário de verão. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, tinha afirmado na semana passada que o governo estava estudando a viabilidade de extensão do período especial.
"Não vale a pena prorrogar. Do ponto de vista da energia, parte do Brasil ficaria às escuras de manhã e teríamos mais consumo nesse horário", disse, lembrando ainda que o horário de pico do consumo também não está ocorrendo mais no fim da tarde, o que também reduziria o impacto de uma eventual postergação do Horário de Verão.
Cartilha
Braga disse que o governo pretende disponibilizar uma cartilha online para ajudar os consumidores interessados a reduzir seu consumo de energia em até 30%, mas deixou claro que a adesão às medidas de racionalização descritas no manual o mesmo que será seguido pelos prédios públicos - é voluntária.
Na semana passada, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) elevou de 4,9% para 7,3% o risco de déficit de energia neste ano, acima do limite tido como tolerável, de 5%.