O governo federal arrecadará R$ 20,8 bilhões com a concessão dos aeroportos do Galeão (RJ) e Confins (MG), após leilão realizado nesta sexta-feira que atraiu importantes grupos nacionais e operadoras estrangeiras de terminais. A maior parte dos recursos virá da operação com o aeroporto carioca, arrematado pelo consórcio formado pela Odebrecht, uma das maiores empresas privadas do Brasil, e a operadora Changi, de Cingapura, por R$ 19,018 bilhões, quase quatro vezes maior que o lance mínimo definido pelo governo.
A presidente Dilma Rousseff classificou o ágio como "extraordinário", enquanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que o resultado mostrou que "há apetite dos investidores para entrar no programa de concessões brasileiro". A estatal Infraero, que será sócia minoritária dos dois consórcios, com participação de 49%, esperava um ágio menor para o aeroporto do Galeão, disse o presidente da estatal, Gustavo do Vale.
Cinco grupos entregaram envelopes com propostas pela concessão do Galeão, mas nenhuma com montante perto do apresentado pela Odebrecht, que tem 60% de participação no consórcio vencedor.
O aeroporto de Confins foi arrematado pelo consórcio formado por CCR e as operadoras dos terminais de Zurique e de Munique, com lance final de R$ 1,82 bilhão, ágio de 66% sobre o mínimo estipulado. Enquanto a disputa por Galeão se restringiu aos envelopes com as ofertas iniciais, a concorrência por Confins teve briga acirrada no viva-voz. O consórcio formado por Queiroz Galvão e a operadora espanhola Ferrovial apresentou lances e rivalizou com o grupo da CCR.
A CCR tem fatia de 75% do consórcio vencedor. A Flughafen Zurich controla 24% e a Flughafen Munchen, 1%. O diretor de Novos Negócios da CCR, Leonardo Vianna, disse ver potencial muito grande para explorar o transporte de cargas em Confins. Galeão e Confins respondem juntos por 14% da movimentação de passageiros e 10% de carga no Brasil.
Investimentos
A Odebrecht e a Changi deverão investir R$ 5,7 bilhões no Galeão, segundo o edital da licitação. Já o consórcio da CCR deverá aportar R$ 3,5 bilhões no terminal mineiro. O valor de outorga será pago em parcelas anuais ao longo do prazo de concessão, de 25 anos para Galeão e de 30 anos para Confins, começando a partir de 12 meses após a assinatura dos contratos.
Afonso Pena terá mais 2 voos internacionais
No dia em American Airlines estreou a rota diária Porto Alegre Curitiba-Miami, a Gazeta do Povo apurou que outras duas empresas vão operar, em breve, rotas internacionais a partir do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. No dia 16 de dezembro, a empresa uruguaia Buquebus (BQB) Líneas Aéreas, lança a rota Curitiba Montevidéu, sem escala. Serão cinco operações semanais.
A ligação com a capital paranaense, com duração de duas horas e quarenta e cinco minutos, vai custar a partir US$ 180 por trecho, incluindo taxas de embarque. O voo partirá às 11h10 de Montevidéu e às 14h40, de Curitiba. A aeronave será a ATR 72-500 avião de médio porte e propulsão turboélice , com capacidade para 68 passageiros.
A BQB vai ocupar o espaço deixado pela Pluna, que interrompeu a conexão entre o Paraná e o Uruguai em julho de 2012, após entrar em processo de liquidação por decisão do governo uruguaio, controlador da companhia. A BQB opera hoje no Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil.
Buenos Aires
Em 1º de março de 2014, a empresa estatal Aerolíneas Argentinas inicia os voos diários entre o Afonso Pena e o Aeroparque Jorge Newberry, no centro de Buenos Aires. A aeronave vai sair da capital argentina ao meio-dia, com chegada prevista para às 14h. A volta será às 15h, com chegada prevista às 17h.
Este será o segundo voo direto entre Curitiba e Buenos Aires. Atualmente, a Gol opera uma rota que, de segunda a quinta-feira, parte às 13h50 e chega às 16h no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, que fica em Ezeiza, na Grande Buenos Aires.