Na próxima terça-feira (21), o governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vai efetuar a primeira compra de carregamento importado de arroz da safra 2023/2024. Serão adquiridas 104.035 toneladas com o preço final do quilo custando R$ 4,00 para o consumidor. Para esta compra, foram previstos R$ 416,1 milhões, além de outros R$ 100 milhões para as despesas relativas à equalização de preços para a venda do produto.
De acordo com o presidente da Conab, Edegar Pretto, o arroz comprado pelo governo terá uma embalagem diferenciada e o valor que deve ser vendido. "O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor. O preço máximo estabelecido ao consumidor será de R$ 4,00", afirmou Pretto, segundo o Metrópoles.
Pela portaria assinada conjuntamente pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, da Agricultura e Pecuária e da Fazenda, a primeira remessa de arroz será destinada à venda para pequenos varejistas e equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional das regiões metropolitanas dos estados de São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Pará e Ceará.
Segundo o governo, a norma foi criada para reduzir consequências sociais e econômicas das tragédias climáticas no Rio Grande do Sul, principal produtor do grão no país. Em publicação nas redes sociais, o perfil do Ministério do Desenvolvimento Agrário afirmou que "não vai faltar arroz na mesa dos brasileiros".
Na última semana, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reclamou do preço do alimento: “Esses dias vi na prateleira do supermercado o pacote de 5 kg de arroz a R$ 33. Não, não é normal. O povo pobre não pode pagar R$ 33 em um pacote de 5 kg de arroz”, afirmou.
Agro vê risco inexistente de desabastecimento
Apesar do alarde feito pelo governo federal, entidades representativas da produção e da indústria do Rio Grande do Sul divulgaram uma "nota à sociedade brasileira" e descartaram risco de desabastecimento de arroz ao mercado consumidor, conforme publicado pela Gazeta do Povo, na última terça-feira (14). Além disso, o presidente da Associação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz), Alexandre Velho, afirmou que o Executivo provocou uma corrida aos supermercados.
"Este anúncio foi, na verdade, uma falta de sensibilidade, porque o nosso problema hoje não é quantidade de arroz estocada, mas dificuldade logística com o interior do estado e uma pane no sistema de emissão de notas do governo gaúcho. Mas a ligação do litoral gaúcho com os grandes centros está normal e temos bastante arroz para deslocar para o restante do país”, afirmou Velho.
O dirigente acredita que, diante das dificuldades estruturais que a tragédia trouxe ao estado, o dinheiro seria melhor empregado nas estradas e na reconstrução de pontes.
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