Apesar de a equipe econômica dizer publicamente que o país entrou em uma "recuperação econômica em V" neste terceiro trimestre, o governo manteve as suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia continua prevendo que a economia terá uma retração de 4,7% em 2020. Os números foram divulgados nesta terça-feira (15).
"A atual estimativa para o PIB de 2020 foi mantida em 4,7%, devido à melhora da projeção para o segundo semestre deste ano. Na projeção para o 3º trimestre, espera-se que a indústria, agropecuária e comércio sejam os principais motores para a retomada. Na estimativa do 4º trimestre, esperamos que o impulso para a recuperação virá pela retomada mais vigorosa dos demais serviços, que foram duramente afetados pela pandemia", diz a secretaria em nota.
No primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira caiu 2,5%, segundo o IBGE. No segundo, 9,7%, o pior resultado da história. Com isso, o Brasil entrou em recessão técnica, termo utilizado pelos economistas para caracterizar dois trimestres seguidos de queda do PIB.
A recessão técnica deverá ser interrompida agora neste terceiro trimestre, quando é esperada uma alta de 6% a 7% do PIB, segundo as principais instituições financeiras.
Já a projeção do governo para a inflação medida pelo IPCA é de 1,83%, abaixo do centro da meta perseguida pelo Banco Central. Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação medida seja de 2,94%. O PIB esperado para 2021 é de 3,2%.
Mercado financeiro
Embora tenha mantido em 4,7% a expectativa para o tombo da economia, o mercado financeiro não está tão otimista quanto o governo. No último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (14), a mediana dos bancos e consultorias consultados apontou para uma queda de 5,11% do PIB em 2020. No pior momento, entre o fim de junho e o início de julho, a retração esperada era da ordem de 6,5%.
Alguns bancos, porém, já estão bem próximos da projeção da equipe econômica. É o caso do Bradesco e do Itáu, por exemplo, que esperam queda de 4,5%, e do banco Inter, com sua estimativa em -4,3%.
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