Cotação
R$ 2,06 foi a cotação de fechamento do dólar de ontem. A moeda caiu 0,72% em relação ao dia anterior.
Análise
Intervenções frequentes prejudicam decisão de investimento no país
Agência O Globo
Analistas afirmaram ontem que as intervenções frequentes do governo na administração do câmbio podem prejudicar a decisão de investidores de longo prazo no Brasil. A cobrança do mercado é por uma política mais estável, pautada não apenas por fatores conjunturais. "O governo deveria ter uma política mais clara. Seria melhor para o investidor, que, com tanta ingerência por parte do governo no câmbio, deixa de ter uma previsibilidade", afirmou o presidente da Sobeet, Luís Afonso Lima.
Na sua avaliação, com a alteração anunciada para o IOF nos empréstimos externos o governo sinalizou que considera ideal uma taxa de câmbio entre R$ 1,80 e R$ 2,20. Para o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs, "a medida pode melhorar um pouco os ingressos de recursos nos próximos meses, mas as recorrentes mudanças nas políticas relacionadas a entradas de capital em si podem contribuir para criar incerteza".
A falta de crédito no exterior para empresas e bancos levou o governo a rever nesta quinta-feira uma medida adotada há pouco mais de três meses para enfrentar o que a presidente Dilma Rousseff classificou como "tsunami monetário".
A equipe econômica reduziu o prazo dos empréstimos feitos lá fora que precisam pagar Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%. Agora, somente financiamentos de até dois anos terão de pagar esse pedágio para que o dinheiro entre no Brasil Até então, o imposto era cobrado para operações de até cinco anos. Esta é a quinta vez que o governo mexe nas alíquotas do IOF.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o principal objetivo da medida foi facilitar o crédito em moeda estrangeira para empresas e bancos. A mudança também tem impacto no câmbio, mas o efeito será menor. "A influência é mais no crédito do que no câmbio", afirmou. Segundo o ministro, essa é apenas uma "medida complementar" no crédito, que se soma à ação dos bancos públicos e do Banco Central.
O dólar chegou a subir, após a entrevista do ministro, que negou estudar novas medidas cambiais. Mas a moeda americana fechou em queda de 0,72%, vendido a R$ 2,057, diante da especulação com a possibilidade de o governo rever também a cobrança de IOF sobre contratos de câmbio, principal demanda dos investidores. Essa medida, no entanto, foi descartada pela Fazenda.
De acordo com Mantega, quando o governo aumentou o alcance do IOF sobre empréstimos, em março, havia receio de que empresas e bancos ficassem muito endividados em moeda estrangeira. Agora, no entanto, o excesso de dólares que estava "inundando" o Brasil, forçando uma valorização do real, acabou. Além disso, o governo verificou que empresas e bancos encontram dificuldade para rolar suas dívidas com empréstimos de prazos maiores.
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