O governo mexicano se disse surpreso com o pedido do Brasil de renegociar um acordo automotivo binacional, disse nesta terça-feira (7) o secretário de Economia mexicano, Bruno Ferrari, que alertou que a negociação de um amplo tratado de livre comércio com o Brasil dependerá da solução deste impasse.
"Dependemos disso, veremos o que acontecerá adiante para ver como será a relação comercial com este país", disse Ferrari em coletiva de imprensa.
O ministro da Economia brasileiro, Fernando Pimentel, disse na semana passada que os presidentes Felipe Calderón, do México, e Dilma Rousseff concordaram, por telefone, em renegociar os termos do acordo que permite acesso aos automóveis mexicanos, diante de um grande déficit comercial para os brasileiros.
"Tudo o que aconteceu com a questão dos automóveis de fato foi surpreendente", admitiu Ferrari, que esclareceu que as autoridades das duas nações conversaram, mas não há nenhum compromisso formal, nem por escrito.
Uma delegação mexicana partiu nesta terça-feira ao Brasil para ouvir as mudanças de seus colegas em matéria automotora, antecipando uma reunião prevista para o fim do mês para avançar na negociação de um amplo acordo comercial que as duas principais economias da América Latina marcaram em novembro de 2010.
México e Brasil mantêm desde 2002 um acordo que permite a importação de automóveis, peças e peças de veículos com redução de impostos.
O intercâmbio comercial entre as duas nações chega aproximadamente a 8,5 bilhões de dólares, 40% do qual corresponde ao setor automotor.
Com uma produção de 2,5 milhões de unidades, o México é o segundo fabricante de automóveis da América Latina, depois do Brasil e o principal exportador de veículos da região.
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