O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos| Foto: ABR

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal não estão comprando carteiras de bancos de menor porte, com dificuldades de liquidez, que apresentem problemas (créditos podres ou considerados de difícil recebimento), segundo disse nesta quinta-feira (30) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

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"Os bancos públicos são mais rigorosos que os bancos privados [na compra de carteiras de crédito]. No geral, as carteiras são boas, mas pode aparecer algum osso [carteira com problemas]. Ficaria com o FGC, que é um fundo privado. Poderia até recuperar a carteira. Às vezes, a carteira não é boa por causa da circunstância, por falta de liquidez", disse Mantega a parlamentares.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também presente à audiência pública no Senado Federal, notou que a compra de carteiras de uma instituição financeira por outra faz parte do financiamento normal da atividade bancária. "É um processo tradicional existente há muito tempo", disse ele.

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Meirelles lembrou, porém, que o BC editou uma norma permitindo que essa compra de carteiras possa ser deduzida no depósito compulsório - recursos que têm de ser mantidos pelos bancos na autoridade monetária. "O que fizemos foi um direcionamento do compulsório para essa atividade específica", acrescentou. A possibilidade de liberação de compulsório, por meio da compra de carteiras de crédito, é de aproximadamente R$ 30 bilhões.

BB e Caixa Econômica Federal

Nesta quarta-feira (29), a Caixa Econômica Federal (CEF) informou já ter adquirido carteiras de crédito de seis bancos pequenos e médios, com a previsão de desembolsar R$ 11 bilhões até 2010. Deste valor total, R$ 2 bilhões estariam sendo fechados nesta semana, R$ 4,5 bilhões em 2009 e outros R$ 4,5 bilhões em 2010. A instituição está atuando, principalmente, com carteiras de crédito consignado e debêntures.

No caso do Banco do Brasil, a instituição informou, na última semana, que, de um total de R$ 11 bilhões em liberações de compulsório realizados pelo Banco Central para a instituição financeira, R$ 3 bilhões já foram utilizados na compra de carteiras de crédito de outras instituições. Há a previsão de que outros R$ 3 bilhões serão desembolsados no futuro.

Desses R$ 6 bilhões do Banco do Brasil, 80% são compras diretas de carteiras e, o restante, o BB emprestou com prazo de 60 a 180 dias - e garantia da carteira. A maior parte das carteiras adquiridas pela instituição é de crédito consignado. As negociações estão sendo feitas com 10 instituições financeiras. Além do crédito com desconto em folha de pagamento, o BB também avalia a compra de carteiras de pessoa jurídica e de crédito para compra de veículos.

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