O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira (30) em São Paulo que o governo não pretende deixar o dólar se valorizar para ajudar a aumentar a competitividade das empresas nacionais.

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Falando a uma plateia de cerca de 600 executivos, investidores e empresários clientes do Bradesco BBI, Levy afirmou que a meta do governo é restabelecer o equilíbrio fiscal e recuperar a confiança, mas que caberá ao setor privado um papel mais ativo para recuperar a competitividade, retomar o investimento e ajudar no crescimento econômico.

"O câmbio tem um efeito, mas não é uma variável que se vá fazer grandes alterações por ali", disse, completando: "Não há intenção de se manter um câmbio artificialmente valorizado, e também não se deve ficar esperando uma mágica, um grande auxílio que vamos fazer. A responsabilidade do governo é facilitar, dar segurança e batalhar por redução de custos da porta da fábrica para fora".

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Segundo Levy, o desafio imediato do governo é "estabelecer uma situação fiscal que dê tranquilidade a todos".

Diante da repercussão desta declaração no mercado de cambio, ao deixar o evento, a assessoria de imprensa do ministro procurou os jornalistas para dizer que o ministro deu declarações referentes ao câmbio mundial e não somente do Brasil.

Levy voltou a afirmar que as politicas de subsídios mantidas pelo governo até o ano passado não deverão ser mantidas.

"A economia tem que funcionar por si. A política de aditivos fiscais alcançou seu limite", afirmou.

Levy reafirmou ainda a intenção do governo de reduzir a discrepância existente entre a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e a Selic. O governo já elevou de 5% para 5,5% TJLP, mas a Selic foi a 12,25% na semana passada.

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"A TJLP está sob análise e não há expectativa de fazermos nada brusco. Há ainda um grande estoque de contratos (atrelados à TJLP), o que significa uma subvenção explícita", disse. "O importante é termos uma visão de onde estamos indo. Temos que diminuir essa dualidade no mercado".