Ouça este conteúdo
O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, diz que o governo federal não vai competir com os produtores de arroz do Rio Grande do Sul ao importar o grão para supostamente evitar especulação de preços.
De acordo com ele, a portaria editada na semana passada tem como objetivo prevenir o desabastecimento temporário e a disparada de preços por causa da dificuldade de escoar o que já foi colhido e está retido em armazéns. O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz e estava com 82% da safra colhida, mas a malha rodoviária do estado ainda está com restrições.
“O objetivo da portaria não é concorrer com os produtores gaúchos. O governo não seria insensível de criar uma concorrência, fazer baixar o preço do arroz para o produtor. Inclusive, queremos tranquilizar os produtores em relação a isso. Teremos uma medida provisória muito em breve que dará benefícios aos produtores de arroz do Rio Grande do Sul”, disse na quarta (15) durante um evento em São Paulo.
Fávaro, no entanto, não citou quais devem ser essas medidas aos produtores rurais, mas tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmam que são discutidas medidas de socorro ao agronegócio.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou que o arroz importado pelo governo será vendido aos consumidores a um preço máximo de R$ 4 o quilo. No primeiro leilão, marcado para a próxima terça (21), serão adquiridas até 104 mil toneladas do grão da safra 2023/2024.
“Sei que o Rio Grande do Sul tem safra suficiente para atender o Brasil, mas o problema é o descasamento de prazos, de infraestrutura. Em hipótese alguma desprestigiar ou querer baixar o preço do arroz para os produtores. Mas, na mesa do cidadão também não pode subir [o preço] e pagar um exagero por fruto de especulação selvagem no momento de tristeza”, disparou o ministro.
Carlos Fávaro minimizou preocupações sobre atrasos no plantio devido às chuvas. Ele diz que a safra de trigo, por exemplo, “não está atrasada ainda”, mas que alguns produtores perderam o equipamento e outros têm problema de solo. “Mas é possível sim [plantar trigo]. Nós não temos essa preocupação no momento. Acho que dá tempo ainda da gente começar a construção do plantio”, completou.